Clima é tranquilo em terra indígena no Mato Grosso

Fátima Lessa
06/12/2012 às 16:35.
Atualizado em 21/11/2021 às 19:08

O clima permanecia calmo na terra indígena Marãiwatsédé, no norte de Mato Grosso, nesta quinta-feira, último dia para que famílias e fazendeiros deixem o local por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). Na quarta-feira, houve protesto. Fontes policiais acreditam que "não haverá muita resistência" e que as famílias "sairão pacificamente".

As notificações de desocupação foram entregues aos agricultores entre os dias 7 e 17 de novembro. Segundo a assessoria da Justiça, o processo de entrega foi dividido em quatro fases. Na primeira, que já foi concluída, foram notificados os grandes fazendeiros. Na segunda etapa, foram notificados os médios produtores. Em seguida, aconteceram as notificações dos pequenos agricultores e, por último, a notificação dos moradores do vilarejo Estrela do Araguaia, que fica em uma região mais interna da terra indígena.

Oficialmente, entre os dias 7 e 17 de novembro foram notificadas 455 pessoas em 242 empreendimentos (casas, comércios, fazendas). Mais da metade das notificações (253) foram feitas no distrito de Posto da Mata. Outros 43 empreendimentos encontravam-se abandonados ou sem moradores. No distrito de Posto da Mata, que é uma das localidades dentro da terra indígena, o censo contabilizou, em 2010, 236 pessoas.

De acordo com o Censo Demográfico em 2010, a população residente na área da terra indígena Marãiwatsédé é de 2.427 pessoas. Do total, 1.945 declararam-se ou consideraram-se indígenas. Os demais são aqueles que não se declararam nem se consideraram indígenas.

O Ministério Público Federal em Barra do Garças, no Mato Grosso, vai acompanhar todas as etapas de trabalho do Incra para o assentamento das famílias ocupantes da terra indígena com perfil para serem beneficiárias do programa nacional de reforma agrária.
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