Por Newton Luiz de Miranda
Em 1918, Monteiro Lobato (1882/1948) publicou Urupês, uma coletânea de contos. Na obra surgiu o Jeca Tatu, personagem que ultrapassou as fronteiras do livro e se transformou em símbolo do caipira.. Monteiro Lobato herdou uma fazenda no interior de São Paulo e nela foi viver e trabalhar. Lá, vivenciou a realidade do campo e conheceu o povo e seus costumes. Nas observações do escritor-fazendeiro, surgiu o Jeca, personagem caipira preguiçoso, mal vestido e permanentemente descalço, talvez alcoólatra.
O caboclo Jeca Tatu era pintado com as cores duras da realidade da zona rural. Deixado de lado pelas autoridades, o caipira sobrevivia na difícil lida da roça. A preguiça era, na verdade, sintoma de uma doença típica do interior e que acometia muitos sertanejos como o Jeca. Era a ancilostomose, ou “amarelão”, uma verminose que provocava anemia.
Como dizia Lobato, “Jeca Tatu não é assim, ele está assim”.
Na época, e graças à popularidade da obra, surgiram iniciativas públicas levar saúde e progresso à zona rural que contaram com o apoio de Monteiro Lobato. Foram estimuladas ações para divulgar medidas simples que poderiam ajudar a evitar a doença, tais como não andar descalço e higienizar sempre as mãos e a comida. Como dizia Lobato, “Jeca Tatu não é assim, ele está assim”. Há cura para o Jeca.
#EnemNaSalinha
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