Por Newton Luiz de Miranda
A Barragem do Fundão, da mineradora Samarco, entrou em colapso e se rompeu no dia 5 de novembro de 2015. A lama destruiu o distrito de Bento Rodrigues, na cidade de Mariana (MG), matando 19 pessoas.
A lama e os rejeitos atingiram o Rio Doce e vários de seus afluentes, impactando severamente o meio ambiente. O despejo de milhões de metros cúbicos de lama e rejeitos no rio Doce, que chegou até o oceano Atlântico, produziu danos ambientais e econômicos que se manterão para sempre na memória e na natureza.
As barragens feitas pelas mineradoras são, geralmente, de três tipos:
I – Jusante
É o tipo mais caro e mais seguro. Esta barragem usa rejeitos consolidados para os alteamentos, sendo que a barragem aumenta em forma de pirâmide. Por exigir maior espaço e obras mais volumosas, este tipo de barragem é mais caro e, portanto, menos usado pelas empresas.
II – Montante
Os rejeitos são depositados na própria barragem e, à medida que o volume de rejeitos cresce, degraus da contenção são acrescentados acima dos anteriores, fato que deixa a barragem mais instável. Por utilizar menos material e ocupar área menor, este tipo de barragem é mais barato e resulta menor área de desmatamento, entretanto, por ser mais instável, é suscetível a colapsos.
III – Linha de centro
Este tipo de barragem tem os degraus e o caimento para fora e, portanto, é mais seguro. É um tipo de contenção intermediária, pois é menos seguro que o sistema de montante, mas é mais seguro que o sistema de jusante. Os custos são também intermediários.
De acordo com dados da Agência Nacional de Mineração – ANM – o Brasil possui 88 barragens do tipo “a Montante”, que é o tipo das barragens que se romperam em Mariana (2015) e Brumadinho (2019). A pior notícia é que mais da metade destas barragens, de acordo com a ANM, tem alto risco de colapso.
#EnemNaSalinha
O blog será um espaço para atualização de tópicos fundamentais para o Enem nas áreas de Linguagens, Redação e Humanidades.