No Dia das Mulheres

CNJ cobra rigor nas investigações em caso de oficial de justiça agredida por sargento na Grande BH

Maria Sueli Sobrinho foi agredida por um policial durante o cumprimento de um mandado judicial em Ibirité, na Grande BH

Do HOJE EM DIA
portal@hojeemdia.com.br
10/03/2025 às 11:37.
Atualizado em 10/03/2025 às 11:56
 (RAFA NEDDERMEYER/AGÊNCIA BRASIL)

(RAFA NEDDERMEYER/AGÊNCIA BRASIL)

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) repudiou nesta segunda-feira (10) a agressão sofrida pela oficial de justiça Maria Sueli Sobrinho, solicitando rigor na apuração e resposabilização do caso. A servidora pública foi agredida por um sargento da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) durante o cumprimento de um mandado judicial no último sábado (8) em Ibirité, na região metropolitana de Belo Horizonte. 

A instituição, por meio de nota, ressaltou a gravidade do caso, visto que a mulher foi agredida enquanto desempenhava seu trabalho. “Todo tipo de agressão às mulheres é inadmissível e não pode ser tolerado. E este caso é ainda mais chocante por ter ocorrido no Dia Internacional das Mulheres, data que simboliza a luta por igualdade, respeito e contra a discriminação”, enfatizou. 

Maria Sueli Sobrinho foi agredida por um militar no último sábado (8) (Reprodução/ Redes Sociais)

Maria Sueli Sobrinho foi agredida por um militar no último sábado (8) (Reprodução/ Redes Sociais)

“O CNJ se solidariza à servidora Maria Sueli e confia na apuração rápida e eficaz desse crime, com a devida responsabilização do agressor. O Departamento Nacional de Polícia Judicial do CNJ foi acionado e acompanhará o caso junto com o TJMG”, conclui a nota.

O suspeito foi autuado na Justiça Militar pelos crimes de agressão a subordinado, descumprimento de ordem, desrespeito a superior, desobediência e ameaça. Ele ainda passará por audiência na Justiça comum.

Entenda o caso 

O militar foi preso no último sábado (8), Dia Internacional da Mulher, suspeito de agredir uma Oficial de Justiça, em Ibirité, na região metropolitana de Belo Horizonte.

A oficial Maria Suely Sobrinho estava trabalhando e iria entregar uma intimação para o filho do militar. Ao chegar na residência deles, o suspeito se passou pelo filho, alegando que era ele quem estava sendo intimado. Os dois começaram a discutir e a vítima afirmou que chamaria apoio policial. Nesse momento, ela foi agredida com cabeçadas e socos.

De acordo com o Boletim de Ocorrência (BO), a mulher estava sangrando e chegou até a desmaiar no local. Maria Sueli é casada com um major da PM, que acionou a polícia. No local, os militares encontraram apenas o filho do suspeito, que não quis dar depoimento e foi para dentro da residência. 

Suspeitando que o autor estaria dentro da residência escondido, os policias decidiram entrar na casa, mas foram recebidos com muita hostilidade. O filho do suspeito estaria segurando uma pá de maneira agressiva em direção aos policiais. 

Duas mulheres, esposa e enteada do suspeito, também estavam no local e discutiram com os policiais. Uma delas ligou para o suspeito e colocou a chamada no viva-voz. Nesse momento, o suspeito chamou PM de ‘terceirinho de merda’ e disse que ele era ‘antigão!’.

Pouco tempo depois, o homem retornou ao local. Ele resistiu à prisão e apertou os testículos do sargento que atendia a ocorrência. Após isso, o homem foi preso, assim como as duas mulheres presentes no local, que foram detidas por desobediência.

Versão do PM

Segundo o BO, o suspeito relata outra versão da história. Ele alega que, ao chegar em casa, se deparou com uma mulher, descaracterizada, perguntando por seu filho. Ele diz que estranhou a abordagem e questionou a identificação da mulher. 

O PM afirma que ela esfregou a identificação na cara dele e ele respondeu empurrando sua carteira funcional no rosto dela. O sargento negou ter agredido a oficial de Justiça e disse que saiu do local.

Ainda de acordo com o suspeito, a esposa informou, por ligação, que policiais haviam invadido sua residência. Ele afirma que voltou ao local a pé, pois seu carro tinha apresentado problemas mecânicos.

Ele relata que foi imobilizado com um golpe de mata-leão e que permaneceu algemado na unidade militar, sem água e reclamando de dores nas mãos em razão das algemas.

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