Codevasf abre em março licitação de lotes do Jaíba

Jornal O Norte
24/01/2006 às 09:51.
Atualizado em 15/11/2021 às 08:28

Valéria Esteves


Repórter


valeria@onorte.net

A Codevasf - Companhia de desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba vai licitar terras do projeto Jaíba no dia 20 de março. A notícia foi dada pelo superintendente Anderson Chaves durante entrevista coletiva à imprensa na manhã de ontem, segunda-feira. Estarão disponíveis em processo licitatório cerca de 46 módulos que compreendem 129 lotes, ao custo de R$ 941,57 por hectare.



Os interessados devem apresentar projetos que contemplem a agricultura, agroindústria, pecuária e todo segmento do agronegócio. A única objeção é que os empresários da agricultura estejam num prazo médio de 4 anos com pelo menos 60% de área plantada.

Anderson alega que podem concorrer pessoas físicas jurídicas ou consórcio de empresas. Quem apresentar melhor forma de pagamento e um bom projeto deve ter mais chances. Mas o pagamento das terras será dividido em 12 anos, com carência de três. Esses lotes ainda estão dentro da etapa I do Jaíba.

A expectativa é de que essa área a ser licitada gere 7.500 empregos diretos e indiretos, com a produção aumentada na área empresarial.

NOVAS ÁREAS

O superintendente explica que desde o ano passado o projeto vem sendo revitalizado. Foram investidos R$ 15 milhões em 2005, com o objetivo de estruturar as novas áreas a serem assentadas. A estimativa da companhia é de que esses lotes rendam uma receita próxima a R$ 16 milhões; quantidade que se somará ao montante vindo das áreas empresariais e dos pequenos produtores que colheram no ano passado 53,173 toneladas de grãos e frutos; o que significou para o primeiro R$ 16 milhões e R$ 11,5 milhões num resultado final.

Hoje, o Jaíba, que tem uma área total de 12.225 hectares, tem explorado 6.958 hectares de terras por pequenos agricultores e 5.267 por médios empresários, que geram um total de R$ 27.413.494, por ano. No setor frutífero são encontradas culturas de banana, atemóia, pinha, maracujá, mamão, manga, goiaba, tâmara, entre outras. A Codevasf informa ainda que há israelenses com interesse em comprar terras no projeto, para plantar oliveiras.

SETOR PRODUTIVO

Uma das fontes de projeção externa têm sido os frutos que saem das centrais de seleção de alimentos do lugar. Hoje. a central-Jai atende a demandas de produtos como o limão Taithi, cebola e manga, ainda em pequena escala. 

Por semana, o Jaíba tem mandado um container para a mesa de holandeses. O que significa o envio de 37 containers de 23,76 toneladas por semana. Isso equivale a uma renda de aproximadamente dois milhões de reais.

De acordo com os responsáveis pela central-Jai, a seleção de qualidade da manga teve que ser interceptada, graças à cotação do quilo da fruta, que se fixou em R$ 0,45 até o final de 2005. No caso da cebola, a seleção acontece em período de safra. A comercialização dos alimentos é feita em dólar.

Como explica a secretária de uma das associações de produtores do Jaíba, Olímpia Felizarda, por enquanto os produtores têm se concentrado em trabalhar apenas com a exportação de limão, que tem se mantido ao preço de R$ 1,12 o quilo por ano.

No Jaíba, ela diz que são comercializadas caixas de quatro quilos e meio de limão a R$ 4,20 e, na versão bandeja de três quilos, ao preço de R$ 3,20.




(Fotos: divulgação)

CONFORME O SEMESTRE

Para o engenheiro agrônomo da Emater do local, Lucas Andrade Monteiro, a cotação do limão varia de acordo com o semestre. No primeiro semestre do ano, como as regiões do Sul do Brasil, como São Paulo, estão em período de safra, a região perde em preço. A cotação no Ceasa de Minas Gerais no primeiro semestre chegou a R$ 5, sendo que esse preço caiu pra dois reais pagos ao produtor.

Em compensação, a produção do segundo semestre, pelo menos no ano passado, foi boa para os produtores do Jaíba. O saco de 20 quilos chegou a custar R$ 50 na Ceasa e, ao produtor, chegou a R$ 20.

Lucas diz também que a Emater auxilia os pequenos produtores, prestando assistência técnica, mas há uma boa quantidade de médios produtores que só produzem para exportação, caso dos 13 sócios da associação que, junto com mais 22 outras entidades, se filiaram à central-Jai para que seus produtos fossem selecionados.

LOTES PRONTOS

A Codevaf informa também que 117 dos 212 lotes a serem entregues aos produtores que moravam na beira dos canais em condições sub-humanas, já estão prontos. Ao todo são 458 produtores a receberem um lote de terra até o meados deste ano.

Quem tiver pressa em saber mais informações sobre o processo de licitação basta acessar o endereço eletrônico www.codevasf.gov.br ou procurá-las na secretaria regional de licitações, na sede da Companhia em Montes Claros, Belo Horizonte e Brasília.

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