Colômbia bate Costa do Marfim com festa canarinha

Gazeta Press
19/06/2014 às 15:10.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:04
 (Fernando Bizerra Jr.)

(Fernando Bizerra Jr.)

Parecia que já era o dia do jogo da Seleção Brasileira no Mané Garrincha, estádio do confronto com Camarões na segunda-feira. Com as arquibancadas inteiramente coloridas pelo amarelo das camisas de sua seleção, a Colômbia fez 2 a 1 sobre outro adversário africano, a Costa do Marfim, isolou-se na liderança do grupo C da Copa do Mundo e já começa a se planejar para as oitavas de final a partir desta quinta-feira.

Para chegar ao resultado positivo contra o adversário de chave teoricamente mais complicado, a Colômbia contou com apoio do seu público canarinho durante toda a partida. Marcou os gols com James Rodríguez, de cabeça, e Juan Quintero no segundo tempo. Gervinho descontou para a Costa do Marfim quando o preservado Didier Drogba já havia entrado em campo.

O resultado deixou a Colômbia com 6 pontos ganhos, isolada na liderança do grupo graças também à vitória por 3 a 0 sobre a Grécia na estreia. A Costa do Marfim, que fez 2 a 1 em cima do Japão na primeira rodada, tem 3. Às 13 horas (de Brasília) de terça-feira, os colombianos enfrentarão os japoneses na Arena Pantanal, enquanto os gregos e os marfinenses duelarão no Castelão.

O jogo

Somente as lágrimas de Serey Die ao escutar o hino nacional da Costa do Marfim interromperam a hostilidade à seleção africana no Mané Garricha. Os milhares de colombianos nas arquibancadas esqueceram momentaneamente a partida para aplaudir a emoção do adversário em representar o seu país na Copa do Mundo do Brasil.

Pouco depois, no entanto, tudo voltou ao que era. A Colômbia se lançou ao ataque já nos primeiros minutos, impulsionada pela empolgação de sua torcida. O principal trunfo do time de José Pékerman era o atacante Cuadrado, que corria o campo inteiro e mostrava habilidade aos africanos. Logo em sua participação inicial no jogo, ele incomodou a defesa rival com uma boa arrancada pelo lado direito do campo.

Para responder a Cuadrado, a Costa do Marfim contava com Gervinho. O atacante da Roma era o mais disposto dos homens de frente do time vestido de verde, geralmente utilizando a mesma faixa do gramado onde atuava Cuadrado. Faltava entrar em sintonia com os seus companheiros.

As propostas ofensivas da Colômbia de Cuadrado e da Costa do Marfim de Gervinho deixaram o jogo aberto, sem tantos prognósticos. Como o time africano tinha uma marcação confusa, os sul-americanos se tornaram mais presentes no setor ofensivo. Com direito a uma tentativa de Zúñiga de aplicar um drible de letra entre as pernas de Gervinho, que viu a bola sair pela linha de fundo.

Aos poucos, a Colômbia criou melhores oportunidades. Aos 16 minutos, Cuadrado se viu livre pela direita e cruzou na área. Zokora apareceu para cortar perigosamente por cima das traves. Aos 28, o gol só não saiu porque Gutiérrez não teve pontaria. Rodríguez recebeu bom lançamento na esquerda e, pressionado por dois defensores, cruzou na área. Sozinho, o atacante pegou mal na bola e desperdiçou.

Do lado da Costa do Marfim, os chutes de longa distância também passaram longe da meta no final do primeiro tempo da partida, que perdeu intensidade e ficou monótona. Tioté, por exemplo, divertiu-se com um sorriso apenas quando tropeçou e caiu no gramado, enquanto a torcida colombiana se contentou em comemorar os desarmes feitos por seus zagueiros.

Na etapa complementar, com as seleções descansadas e instruídas, o jogo voltou a ser movimentado. O que não satisfez José
Pékerman. O técnico argentino da Colômbia aguardou só oito minutos para mexer no ataque de sua equipe, com Quintero na vaga de Ibarbo. A alteração levantou o público presente no Mané Garrincha.

Os brasileiros que estavam no estádio, contudo, queriam mais. Passaram a gritar o nome de Drogba, astro marfinense que continuava no banco de reservas. Mexer parecia mesmo necessário. Aos 14 minutos, a Colômbia criou a sua melhor oportunidade quando Cuadrado gingou na frente da marcação e bateu cruzado. A bola desviou no goleiro Boubacar e acerou a trave.

O técnico Sabri Lamouchi mandou Drogba a campo logo em seguida, no lugar de Wilfried. E o atacante nem teve tempo de se aquecer direito antes de lamentar o gol colombiano. Aos 18 minutos, Cuadrado levantou a bola da esquerda para a área, e James Rodríguez cabeceou com precisão para estufar a rede do Mané Garrincha.

O gol animou ainda mais a Colômbia, que ampliou sete minutos depois. Aproveitando um vacilo de Die, os sul-americanos avançaram em contra-ataque com Rodríguez, que fez ótima assistência para Quintero completar na saída do goleiro Boubacar e consagrar a substituição de Pékerman. Do outro lado, um abatido Lamouchi apostou na troca de Die por Bolly.

A Costa do Marfim, mudada, ainda conseguiu descontar. Aos 27 minutos, Gervinho carregou a bola com força pela esquerda, superou dois defensores, deixou Sánchez sentado e concluiu para a rede. O gol deixou o jogo aberto nos minutos finais, mas não o suficiente para conter a festa canarinha que milhares de colombianos faziam na arena da partida entre Brasil e Camarões.

FICHA TÉCNICA

COLÔMBIA 2 X 1 COSTA DO MARFIM

Estádio Mané Garrincha, em Brasília (DF)

Árbitro: Howard Webb (Inglaterra)
Assistentes: Michael Mullarkey e Darren Cann (ambos da Inglaterra)
Cartões amarelos: Teófilo Gutiérrez (Colômbia); Zokora e Tioté (Costa do Marfim)

GOLS:COLÔMBIA: James Rodríguez, aos 18 do 2T e Juan Quinero, aos 24 do 2T
COSTA DO MARFIM: Gervinho, aos 27' do 2T

COLÔMBIA: Ospina; Zapata, Yepes, Sánchez e Armero (Arias); Zuñiga, Abel Aguilar (Mejía), James Rodríguez e Cuadrado;
Ibarbo (Juan Quintero) e Teófilo Gutiérrez
Técnico:José Pékerman

COSTA DO MARFIM: Boubacar Barry; Aurier, Zokora, Bamba e Boka; Tioté, Serey Die (Bolly) e Yaya Touré; Gervinho, Gradel (Kalou) e Wilfried Bony (Drogba)
Técnico: Sabri Lamouchi

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