As primeiras lojas para a venda de maconha para uso recreativo nos Estados Unidos começaram a funcionar no Colorado, dando início a uma experiência que será observada de perto pelo restante do mundo. Ativistas esperam provar que a legalização é uma alternativa melhor do que a cara guerra contra as drogas travada no país.
Já os mais céticos temem que a nova indústria vá tornar a droga mais facilmente disponível para adolescentes, embora as vendas legais sejam limitadas a adultos maiores de 21 anos.
Os eleitores do Colorado aprovaram a venda em 2012 e ela teve início na quarta-feira. O Estado de Washington tem sua própria versão da lei, que deve começar a vigorar em meados deste ano. O Uruguai aprovou uma lei em dezembro e se tornou o primeiro país do mundo a regular o consumo da maconha.
Defensores da medida argumentam que o mercado legal vai gerar renda para os Estados e permitir cortes nos gastos, pois não haverá tantas pessoas detidas por posse e consumo da droga. Pelo menos 24 lojas em oito cidades do Colorado foram abertas.
"Vou colocar o recibo de compra num quadro quando voltar para casa para lembrar a mim mesmo do que pode ser possível", disse James Aaron Ramsey, que cumpriu uma breve sentença de prisão por posse de maconha menos de um ano atrás e estava aninado com a compra legal da droga.
O Colorado estabeleceu um elaborado sistema de acompanhamento de produção e venda para manter a droga longe do mercado negro. Os reguladores também estabeleceram exigências para embalagem e rotulagem, além de testes e limites de potência da droga.
A maconha continua ilegal de acordo com a legislação federal norte-americana, mas o Departamento de Justiça elaborou uma lista de oito pontos prioritários para a regulação da maconha, que exige que os Estados mantenham a droga longe de menores de idade, cartéis criminosos, propriedades federais e de outros Estados.
"Nós compreendemos que o Colorado está sob um microscópio", disse recentemente Jack Finlaw, jurista ligado ao governador John Hickenlooper e responsável pela supervisão de uma força-tarefa que traçou a lei sobre a droga.
Um grupo de médicos e pessoas que trabalham com dependentes diz esperar mais problemas relacionados à maconha, especialmente em jovens, e que a disponibilidade da droga vai piorar a questão. "É como jogar gasolina no fogo", disse Ben Cort, do Centro de Dependência e Reabilitação do Hospital da Universidade do Colorado.
Ativistas favoráveis à medida esperam que a experiência no Colorado não seja tão perceptível após a corrida inicial às compras. "Adultos têm comprado maconha em todo o país há anos", disse Mason Tvert, porta-voz do Marijuana Policy Project. "A única diferença é que no Colorado eles comprarão de empresas legítimas em vez de adquirirem no mercado paralelo." Fonte: Associated Press.
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