(MARCO LONGARI/AFP)
BRASÍLIA – A Comissão de Inquérito da Organização das Nações Unidas (ONU) alertou nesta segunda-feira (17), ao apresentar as últimas conclusões sobre as investigações na Síria, que as violações dos direitos humanos no país “progrediram recentemente em número, ritmo e escala”. O relatório foi apresentado pelo presidente da comissão sobre a Síria, o brasileiro Paulo Pinheiro. Há 18 meses o país vive em clima de guerra, mais de 25 mil pessoas morreram.
“As violações flagrantes dos direitos humanos aumentaram em número, ritmo e intensidade”, disse Pinheiro, dirigindo-se aos 47 Estados-Membros do Conselho dos Direitos Humanos da ONU em Genebra.
"Recomendamos que o nosso relatório seja transmitido ao Conselho de Segurança [da ONU] de forma
que possa tomar as medidas apropriadas tendo em vista a gravidade das violações, abusos e crimes perpetrados pelas forças governamentais e pelos grupos antigovernamentais”.
No primeiro relatório, elaborado pela comissão de inquérito, os especialistas advertiram sobre a ocorrência de uma série de violações de direitos humanos na Síria, como estupros, torturas, prisões indevidas e violência contra crianças e adolescentes. Mulheres e idosos também não são poupados.
O presidente da comissão disse que não serão publicados os nomes dos suspeitos de crimes de guerra na Síria, mas defendeu que o assunto seja enviado ao Tribunal Penal Internacional, decisão que deve ser tomada pelo Conselho de Segurança da ONU.
“[Ao fazer as recomendações] a comissão recorda que, no contexto da Síria, o poder de enviar o assunto para o Tribunal Penal Internacional cabe unicamente ao Conselho de Segurança”, disse Pinheiro.