(Facebook/Reprodução)
Após o grupo "Mulheres unidas contra Bolsonaro" ter sido invadido, na noite desse sábado (15), e temporariamente desativado, a comunidade voltou com mais membros no início da tarde do domingo (16), antes de ser novamente derrubado, por volta das 15h30. A página registrou, enquanto esteve no ar, mais 300 mil participantes e chegou à marca de 2,5 milhões em poucas horas de retorno.
Com a instabilidade da comunidade pioneira, diversas novas versões foram criadas, abertas, fechadas e secretas. Até o momento da publicação, a reportagem do Hoje em Dia contabilizou aproximadamente cem grupos originados desde a queda do primeiro.
A maioria dos grupo é fechado, 92 deles. Significa que qualquer usuário pode visualizá-los, mas é necessário aprovação para entrar e participar das discussões. No entanto, as poucas comunidades secretas às quais a reportagem teve acesso, três delas além da pioneira, eram as mais populosas, chegando a mais de 350 mil membros até às 17h. Algumas delas falsamente se apresentam como "oficial" ou "em reconstrução". Outras são estaduais, a página mineira possui cerca de 300 usuárias.
As administradoras dos grupos e mulheres da área tecnológica reforçam as estratégias de segurança. No entanto, até o momento, participantes ainda alertam umas às outras a não clicarem em links. Elas advertem do risco de ter o perfil hackeado em caso de clicarem. E a página principal, com mais de 2 milhões de inscritas, permanece instável.
Medidas de segurança
Uma engenheira de software e ativista, que prefere não se identificar, tem procurado orientar moderadoras de grupos menores emergentes, a respeito de medidas de segurança no Facebook. Segundo ela, uma boa forma de evitar a perda da conta é optar pela “autenticação de dois fatores”, ou seja, além da senha de acesso, a rede social envia um código de acesso via SMS, solicitado no momento de login.
Outras orientações são sobre não usar redes sociais em computadores públicos, não salvar senhas em navegadores “sob hipótese alguma” e a utilização de softwares que geram senhas complexas. Trocar códigos de acesso periodicamente e nunca utilizar a mesma combinação para várias contas também são atitudes úteis.
Para a moderação desses grupos, a especialista recomenda que não esteja centrada em apenas uma pessoa, mas também não conte com muitos moderadores. ´”É melhor um número pequeno, num círculo de confiança mais restrito”, explica.
Ela alerta ainda, aos administradores e participantes de comunidades muito visadas por hackers, que não tenham demasiadas informações pessoais disponíveis em seus perfis pessoais, para evitarem riscos reais.
Eventos
Até o domingo (16), quase 40 eventos no Facebook apontam para manifestações contra o Bolsonaro no último sábado do mês (29), em diversas cidades do Brasil. Na capital mineira, a previsão é de que o ato tenha início às 14h, na praça Sete de Setembro.
Histórico
Criado no dia 30 de agosto, o primeiro grupo alcançou mais de um milhão de usuárias em menos de duas semanas. A moderação, toda composta por mulheres, apenas aceitava a entrada de pessoas do sexo feminino.
As tentativas de invasão do grupo tiveram início na quinta-feira (13), conforme informações de ativistas contrárias ao presidenciável, que não quiseram ter o nome divulgado. Entre a noite do sábado (15) e o domingo, diversos perfis masculinos conseguiram ter acesso à comunidade secreta e, por vezes, tornaram-se administradores. Isso se repetiu antes e depois das derrubadas do grupo. As participantes, continuamente, dedicam-se a buscar e denunciar homens nos grupos.