(André Brant)
Com o aumento do número de ifecções por Covid-19 em Belo Horizonte, os casos graves da doença também cresceram e, consequentemente, as mortes. Segundo o secretário municipal de Saúde, Jackson Machado Pinto, nessa quinta-feira (11) a cidade superou a média de sepultamentos nos cemitérios públicos de BH, que é de 29 enterros diários, e contabilizou 41 velórios.
"Ontem tivemos 41. Esses 12 a mais (em relação à média) foram de pessoas com Covid", afirmou o secretário, em entrevista coletiva nesta sexta-feira (12), na sede da PBH.
Os três indicadores que medem a pandemia em BH estão em nível de alerta máximo, com a taxa de ocupação das UTIs em 89,2% e a das enfermarias em 75,6%. A taxa de transmissão atingiu 1,25 por infectado, ou seja, cada 100 pessoas contaminadas transmitem o vírus a outras 125. É o pior desempenho da série.
Segundo o infectologista Unaí Tupinambás, membro do Comitê de Enfrentamento à Covid da capital mineira, diversas cidades do Estado já dobraram a quantidade de sepultamentos diários. De acordo com o médico, a situação é preocupante e pode piorar, não só em Minas, mas em todo o Brasil, que diariamente bate recorde de vítimas do coronavírus.
"A projeção, em meados de abril, é que tenhamos três mil mortes por dia no país. E vai ficar nesse platô por um tempo", afirmou o especialista.
Por isso, ele não descarta um crise funerária, já que a capacidade de enterrar pode ficar menor do que a demanda. "Belo Horizonte, mesmo com o preparo que tivemos, pode colapsar", disse Unaí.
Ele destacou, ainda, que um colapso no sistema de saúde tende a desencadear uma queda na qualidade de assistência aos pacientes, aumentando a mortalidade da doença.