Máxima prevista em BH chega a 32°C nesta quarta (Maurício Vieira/Hoje em Dia)
Junho, julho e agosto costumam ser marcados por baixas temperaturas em Belo Horizonte e grande parte do Brasil, principalmente nas regiões Sul e Sudeste. Porém, os termômetros têm mostrado o oposto, com dias cada vez mais quentes. Se no inverno já está assim, o que se pode esperar da primavera e do verão?
A resposta pode até não agradar muita gente, mas é certa: o calorão já típico das próximas estações será ainda mais intenso, especialmente a partir do mês que vem. Vale lembrar que o recorde de temperatura na capital em 2022 foi justamente em setembro, com 36,1° C.
A variação de temperatura já provocou atraso na floração de ipês na metrópole, conforme o Hoje em Dia mostrou nos últimos dias. Além disso, os dias têm registrado mais de 30°C, o que é incomum durante o inverno na cidade.
Alguns motivos ajudam a explicar o clima atípico, como o fenômeno El Niño, atuações de massa de ar seco e queimadas em áreas verdes. A maioria dos incêndios, inclusive, é provocada por pessoas que insistem em limpar terrenos fazendo fogo, jogar bituca de cigarro na mata ou até soltar balões.
O coordenador do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Lizandro Gemiacki, reforça que a condição atmosférica é um misto das ações humana e natural. O meteorologista acrescenta que o quadro de chuvas abaixo da média histórica também contribui para o calor.
Para o fim do ano, Gemiacki destaca que as altas temperaturas poderão ser amenizadas com pancadas de chuva no fim da tarde.
Ebulição global
A peculiaridade climática em pleno inverno não é exclusiva de BH. O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, afirmou que o mundo passou da fase de aquecimento para a era da ebulição global. Julho, por exemplo, foi o mês mais quente já registrado no planeta.
Outra situação lembrada é o recente incêndio que quase consumiu uma cidade inteira da ilha de Maui, no Havaí. No entanto, novos estudos ainda são necessários para detalhar possíveis relações entre o inverno mais quente e os eventos climáticos isolados observados no Hemisfério Norte, segundo destacou a meteorologista Adma Raia, ex-coordenadora do Centro de Climatologia da PUC Minas.
* Estagiária sob supervisão de Renato Fonseca
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