(JOKA MADRUGA/ESTADÃO CONTEÚDO)
O governo do Paraná divulgou nota nesta quinta-feira (7) na qual comunica que o comandante-geral da Polícia Militar (PM) do estado, coronel Cesar Vinicius Kogut, pediu exoneração do cargo. Segundo a nota, Kogut alegou dificuldades administrativas com a Secretaria de Segurança Pública ao entregar o pedido ao governador Beto Richa.
Kogut e o secretário de Segurança, Fernando Francischini vinham se desentendendo publicamente sobre os procedimentos adotados pela PM paranaense nos protestos de professores que resultaram em mais de 200 feridos na última semana. Em entrevista à imprensa após o episódio, Francischini classificou de “lamentável” os episódios de violência contra os manifestantes e responsabilizou indiretamente o comandante da PM.
“Não tem justificativa. Nós lamentamos. As imagens são terríveis. Nunca se imaginava que um confronto como esse terminasse de maneira tão lastimável, com as imagens que nós vimos. Nada justifica. Lesões, vítimas, de ambos os lados. Vamos ouvir quem comandou a operação, quem deus as ordens para que fossem executadas as medidas de conteção”, disse Francischini
Ontem, foi a vez de Kogut enviar carta ao governador Beto Richa em resposta às declarações do secretário. “Não se pode admitir, em respeito à tradição da Polícia Militar do Paraná, seus oficiais e praças, que seja atribuída a tão nobre corporação a pecha de irresponsável e leviana”, dizia o documento que era também assinado por 15 coronéis da PM.
“Todas as ações foram tomadas seguindo o plano de operações elaborado, o qual foi aprovado pelo escalão superior da Sesp [Secretaria de Segurança Pública], tendo inclusive o senhor secretário participado de diversas fases do planejamento, bem como é importante ressaltar que no, desenrolar dos fatos, o secretário de Segurança Pública era informado dos desdobramentos”, também dizia a carta.
Diante do impasse com o secretário, o comandante apresentou o pedido de exoneração hoje. O governo paranaense anunciou que o coronel Carlos Alberto Bührer Moreira, atualmente chefe do Estado-Maior da PM, assumirá interinamente o cargo.