(Wesley Rodrigues)
Até a sexta-feira da semana que vem deve ser concluída a limpeza da Igreja São Francisco de Assis, na Pampulha. O trabalho de remoção da pichação na capela foi iniciado nesta quinta-feira (24). Ícone modernista projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, o templo foi vandalizado na última segunda-feira (21).
A sujeira ocupa uma área de aproximadamente 12 metros quadrados no painel de azulejos de Cândido Portinari e em uma das laterais. Os serviços vão custar R$ 8 mil aos cofres públicos e serão executados pelos restauradores Wagner Matias de Sousa e Denise Camilo. Nesta quinta, vários testes foram realizados. Profissionais da UFMG também estavam no local.
"O objetivo era definir como será feito o procedimento. Verificamos que o ideal é utilizar a chamada remoção mecânica, com o uso de bisturi e, em seguida, uma limpeza química com solventes", explica Wagner Matias. O especialista garantiu que não haverá prejuízo para o cartão-postal. "Ficará exatamente como era".
Atuando na área há 25 anos, o restaurador, que é de Belo Horizonte, também participou da recuperação do painel de azulejo de Paulo Werneck, na própria Igrejinha. "Estamos vendo em todo o mundo vários atentados. Este (a pichação) é um atentado ao patrimônio mineiro", acrescenta.
Autor
A Polícia Civil identificou o suspeito de pichar a Igrejinha da Pampulha. O rapaz, de 25 anos, confessou à corporação o ato de vandalismo. Como justificativa disse que teria planejado um suposto protesto contra a situação da barragem que se rompeu em Mariana, na região Central. Outras pichações feitas por ele também foram identificadas.
Conforme a polícia, ele será indiciado por dano ao patrimônio público. A pena é de seis meses a um ano de prisão. Ele foi ouvido e liberado. A Polícia Civil chegou até o autor a partir de pistas deixadas nas redes sociais. Os investigadores identificaram pichações com as mesmas características das encontradas na capela.