Começam exames em bebês com suspeita de tuberculose

Ricardo Brandt
25/09/2012 às 20:06.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:35

Os 354 bebês que nasceram na ala 3 da maternidade do Hospital Madre Theodora, em Campinas (SP), entre janeiro e junho deste ano, terão que ser acompanhados por um período de dois anos para saber se contraíram tuberculose. A notícia começou a ser dada para os pais nesta terça-feira, durante as primeiras consultas e exames de identificação de novos casos em uma clínica particular na cidade, após o anúncio na semana passada de que três crianças que passaram por este setor do hospital foram diagnosticadas com a doença. No local foi constatado um surto localizado gerado por uma enfermeira do Madre Theodora, que está com a doença.

A realização de exames foi determinada pela Secretaria Municipal de Saúde. Os pais foram recebidos por um enfermeiro, um assistente social e um psicólogo que explicaram o que aconteceu no hospital, como a doença é transmitida e tratada e como será feita a análise dos bebês. Foi informado também que eles terão que ser acompanhados por dois anos no próprio hospital ou pelos seus pediatras particulares que também serão orientados sobre o procedimento.

O Madre Theodora informou que pretende examinar de 80 a 100 crianças por semana, para terminar essa fase em um mês. Depois, serão examinadas mais mil crianças que não tiveram contato direto com a enfermeira doente.

Procedimento

Os bebês que estiveram ontem na clínica custeada pelo hospital passaram por um teste feito no braço com um reagente, chamado de PPD. Os pais receberam ainda um pedido para um raio-x do tórax e foi feita uma análise clínica da curva de crescimento e do histórico de saúde das crianças.

Um retorno foi marcado para sexta-feira, quando deve ser feita a leitura do raio-x e da evolução do teste cutâneo feito nos bebês para, só então, saberem se a criança apresenta a bactéria Mycobacterium tuberculosis, o bacilo de Koch.

O diretor do Madre Theodora, Sérgio Luiz Ponciano, explicou que após as consultas e os resultados dos exames, se for constatado algum novo caso de contaminação, essas crianças passarão por tratamento por pelo menos dois anos.

Eles serão divididos em dois grupos. Os não doentes, mas com o bacilo, que receberão tratamento preventivo que deve durar pelo menos seis meses com a introdução de um antibacteriano. E os doentes com o bacilo, que receberão tratamento por até dois anos, com três tipos de drogas. Os medicamentos para tuberculose são fornecidos gratuitamente pela rede pública de saúde e as famílias podem usar os serviços do hospital para acompanhamento das crianças.
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