Comércio de produtos 'verdes' ganha força na Apec

AFP
06/09/2012 às 18:42.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:04
 (Ria Novosti/Pool/AFP)

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  VLADIVOSTOK (Rússia) - Um impulso para incentivar o comércio de produtos 'verdes' na região Ásia-Pacífico ganhou força esta quinta-feira (6), com a assinatura de um acordo para cortar tarifas de assoalhos de bambu, baterias solares e outras dezenas de produtos ambientalmente amigáveis.   O ministro russo do Desenvolvimento Econônico, Andrey Belousov, afirmou que os ministros do Comércio da região concordaram, após dois dias de "intensas" negociações, em uma lista de 54 produtos qualificados para os cortes tarifários, em um esforço para implementar o crescimento econômico sustentável.   Ele descreveu o acordo como um avanço, depois que as discussões realizadas no dia anterior na cidade russa de Vladivostok passaram por um mau momento, devido a disputas sobre quais produtos deveriam se qualificar. "Estamos vendo emergir um novo mercado para produtos ambientais", afirmou Belousov.   No ano passado, em Honolulu (Havaí), líderes dos 21 países que compõem o Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec) pediram uma lista de produtos verdes até o fim deste ano.   No entanto, tem havido desacordos sobre o que deveria entrar na cesta. Os Estados Unidos queriam uma lista "confiável" de produtos, enquanto a China pressionava para incluir bicicletas e outros diziam que o mel também era um produto ambiental.    Por fim, nem as bicicletas, nem o mel entraram. Mas a lista definitiva incluiu turbinas a gás, aquecedores de água com energia solar e assoalhos de bambu, assim como equipamentos que reciclam o lixo e controlam a poluição do ar.   Os ministros vão endossar a lista este fim de semana junto aos chefes de Estado e governo da Apec, reunidos na cúpula em Vladivostok. Se os líderes concordarem, as tarifas dos produtos serão reduzidas a 5% ou menos até 2015.   Segundo Belousov, alguns membros da Apec taxam estes produtos em 30% ou mais.   Um comunicado divulgado ao final do encontro reforçou que os cortes tarifários levariam em conta as "circunstâncias econômicas" de cada membro da Apec, uma brecha que permitiria às economias protelar a ação até que estejam prontas. No âmbito da Apec, os compromissos também são voluntários.   Na quarta-feira, Belousov afirmou que as autoridades comerciais tinham conseguido entrar em acordo sobre apenas 20 grupos de produtos, mas que os países desenvolvidos queriam que a lista fosse aumentada, liderando um novo dia de negociações.   Uma coletiva conjunta entre Belousov e o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, foi atrasada em duas horas, esta quinta-feira, enquanto ministros celebravam conversas de última hora a fim de chegar a um consenso.   "Posso dizer-lhes que foi muito intenso", afirmou Belousov, enfatizando que a Apec levou apenas um ano para chegar ao acordo, enquanto a Organização Mundial do Comércio (OMC) não tinha conseguido fazer o mesmo em uma década de esforços.   Analistas afirmaram ser difícil fazer uma estimativa precisa do potencial de mercado de produtos ambientais. Mas a Unidade de Apoio a Políticas da Apec, braço de pesquisa da organização, estudou padrões de comércio de uma lista de 164 produtos potencialmente ambientais que a União Europeia e alguns países desenvolvidos, inclusive os EUA, sugeriram à OMC em 2007.   O comércio global dos produtos listados aumentou a uma taxa média anual de 12,8% entre 2002 e 2010, quando alcançou US$ 871,5 bilhões, enquanto os membros da Apec foram responsáveis por US$ 443,5 bilhões de vendas internacionais, informou a unidade.   Os maiores volumes de negócios em 2010 foram registrados em serviços como usinas de energia renovável, centros de manejo e tratamento de água, bem como de resíduos sólidos e perigosos.   A unidade de políticas informou que as descobertas iniciais demonstram que o mercado é "potencialmente enorme" e também solicitou a remoção de procedimentos de certificação burocráticos e outras barreiras não tarifárias.

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