Comércio otimista: lojistas apostam na black friday e prometem descontos superiores a 50%

Paulo Henrique Lobato
29/10/2019 às 21:34.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:27
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Dona de uma loja de moda feminina, Sandra Coelho está animada com a Black Friday, que em 2019 chega à 10ª edição no Brasil com recorde de participantes e expectativa de bater os R$ 2,5 bilhões apurados em 2018. A Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) apuraram, num levantamento em todo o país, que 21% dos empresários irão aderir à campanha – percentual acima dos 16% do ano passado. O desconto médio será de 24%.

“Inspirada nos Estados Unidos, a data chegou ao Brasil com foco na venda on-line. Hoje, já é possível ver o varejo físico aderindo às promoções. É uma oportunidade para vender mais, comercializar estoques parados e também para o empresário avaliar tendências de compra, tornando a sua marca mais conhecida e fidelizar novos clientes”, disse o presidente da CNDL, José Cesar da Costa. 

Oficialmente, a Black Friday acontece na última sexta-feira de novembro. Neste ano, dia 29. Mas muitos comerciantes planejam aproveitar a campanha durante uma semana inteira. Um dos motivos é o fato de a Black Friday ser uma oportunidade para divulgação da loja. 

É o que acreditam 57% dos entrevistados pela CNDL e o SPC Brasil. Outros 43%, como Sandra, dona da loja de moda feminina, avaliam ganho no volume de negócios. “As vendas crescem, em média, 20% ano após ano”.

Responsável por uma das franquias da Lacqua Di Fiori em Belo Horizonte, Marcos Vinício Lopes de Oliveira também concentra expectativa na data. O desconto médio no local será de 30%, mas alguns produtos serão ofertados pela metade do preço. “A Black Friday é um sistema para estimular as vendas e preparar o espírito para (as vendas) do Natal, quando o comércio fica mais aquecido e as marcas podem expor mais os produtos. Temos um giro possível de alguns produtos. Além de tudo, temos os produtos que o consumidor já é fiel a ele ou que, por necessidade, compra. Baseado nisso, entendo que a engrenagem começa a evoluir e contribui para o Natal”, analisou Oliveira.

A visão dele está correta: o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, diz que “na Black Friday é comum o consumidor aproveitar as ofertas para adquirir produtos para si ou para a casa, principalmente os de valor agregado, como smartphones, eletrônicos e eletrodomésticos”. 

“Já no Natal, prevalece a força da tradição de presentear familiares e amigos como força de demonstrar afeto e reforçar laços”, acrescentou Pellizzaro Júnior. 
Ele orienta aos empresários que irão participar da data a manterem o estoque organizado e em quantidade suficiente para atender a demanda dos consumidores: “A logística para receber os clientes e entregar os produtos em tempo hábil também são pontos de atenção, assim como uma política transparente de descontos vantajosos”.

 Atraso na entrega tem sido 
um dos principais problemas

Apesar de todo o otimismo com a Black Friday, problemas são apurados pelos clientes e acompanhados de perto por entidades defensoras dos consumidores.
O coordenador do Procon Assembleia, Marcelo Barbosa, destaca que a data é uma oportunidade para que lojistas provem sua capacidade de manter uma relação comercial transparente com os consumidores, oferecendo descontos reais nos produtos anunciados. 

“Nenhum comerciante é obrigado a participar da Black Friday, mas os que participarem devem fazer por merecer a confiança de seus clientes. Qualquer abuso detectado será prontamente combatido com os instrumentos previstos pela legislação (Código de Defesa do Consumidor)”, alertou o especialista.
Segundo ele, os maiores problemas relacionados à campanha são os atrasos ou mesmo a não entrega de produtos. Houve casos em que o comprador adquiriu um artigo pelo preço promocional, mas a loja não o entregou sob a justificativa de falta de estoque.

Neste caso, segundo Barbosa, o consumidor tem três opções: exigir o cumprimento forçado da oferta, aceitar um outro produto pelo mesmo preço pago ou ainda receber de volta o dinheiro que pagou.
Também é bom ficar atento a sites falsos.

 ALÉM DISSO

Na expectativa para a Black Friday, várias lojas on-line já começaram as promoções, com descontos de até 80%, por exemplo, nos produtos mais ‘favoritados’ do dia anterior, aqueles curtidos com o coraçãozinho.

Outras estão oferecendo até 50% de cashback (onde o cliente recebe parte da compra como bônus) para serem usados durante a temporada de promoções, que começa no dia 29 de novembro.

Algumas agências de viagens também já antecipam promoções na tentativa de atrair os clientes.

Ontem, segundo levantamento feito pela Skyscanner e publicado no hojeemdia.com.br, passagens aéreas para o Réveillon podiam ser encontradas com até 14% de desconto. (Da Redação)

  

  

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