Comportamento da bolsa mostra aposta do mercado na oposição

Tatiana Moraes/Hoje em Dia
08/08/2014 às 07:48.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:42
 (Andre Brant)

(Andre Brant)

Da redaçãoque geram insegurança para os investidores Escolha – Paulo Ângelo, do IMMC: Dilma se afasta do mercado quando assume posturas andré brant - 10/02/2014Comportamento da bolsa mostra aposta do mercado na oposição Depois de operar de mau humor por três meses, com queda acumulada de 11%, a Bovespa acumula alta de 9% entre 15 março e essa quinta-feira (7). O período coincide com o início da divulgação das pesquisas eleitorais, que apontam para um crescimento progressivo das intenções de votos no candidato da oposição à Presidência, Aécio Neves (PSDB), e recuo da candidata à reeleição Dilma Rousseff (PT).

Conforme o presidente do Instituto Mineiro do Mercado de Capitais (IMMC), Paulo Ângelo de Souza, palavras como lucro e dividendos orbitam a mente dos investidores 24 horas por dia. Por isso, o candidato preferido do mercado é aquele que oferece maiores perspectivas de aceleração dos ganhos de capital.

Ele avalia que Dilma se afasta do mercado quando assume posturas que geram insegurança para os investidores, como a Lei 12.783, que renovou antecipadamente as concessões das usinas de energia elétrica, mediante redução da conta de luz para os consumidores, mas comprimiu as margens das geradoras e, consequentemente, os ganhos dos acionistas.

“A Cemig não aceitou (os termos para) a renovação, mas a Eletrobras, que é do governo e não pode se defender (aceitou)”, afirmou. Ambas, segundo Paulo Ângelo, saíram perdendo. No dia seguinte ao 11 de setembro, quando a medida foi anunciada, a estatal mineira perdeu R$ 5,2 bilhões em valor de mercado.

 

A insistência do governo federal em segurar o preço da gasolina, desvalorizando os papéis da Petrobras, também foi apontado pelo presidente do IMMC como uma medida “antimercado”. E, prova disso, é a alta verificada nos papéis da petroleira nesta semana, fruto da retomada da discussão sobre o reajuste dos preços dos combustíveis, sinalizada pelo Ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Ainda de acordo com Paulo Ângelo, os analistas não são ideológicos nem partidários, mas pragmáticos. “No governo FHC a bolsa estava a 10 mil pontos e chegou a 75 mil pontos no governo Lula”, disse, para justificar que a esquerda também pode ser bem vista pelo mercado de capitais.

Para o professor de Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Samy Dana, o cenário econômico nebuloso e a falta de confiança do empresariado são nocivos para quem já está no poder, ou seja, para a presidente. “Hoje, os investidores tendem a acreditar que quando a Dilma cai, a bolsa sobe”, afirmou.

O presidente da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais em Minas Gerais (Apimec-MG), Juliano Pinheiro, enfatiza que a volatilidade da bolsa de valores não está ligada exclusivamente às pesquisas eleitorais.

Ele cita, inclusive, as questões internacionais, como a crise na Ucrânia. “As interpretações acerca das oscilações da bolsa de valores dependem de um nível de conhecimento alto. É necessário avaliar todas as variáveis”, comenta.
 

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