Compromisso de se fazer um jornalismo de verdade

Do Hoje em Dia
24/09/2012 às 06:19.
Atualizado em 22/11/2021 às 01:31

A pronta reação da Presidência da República ao editorial de quinta-feira, “Minas mais injustiçada”, mostra que este jornal está certo, quando defende os interesses dos leitores e dos cidadãos mineiros em geral, independentemente de agradar ou não aos governantes. Esse compromisso foi explicitado no editorial de primeira página publicado no dia 18 de junho último, data em que o Hoje em Dia iniciou nova fase, com mudanças editoriais e gráficas.

Os leitores puderam comprovar, nesses três meses, que é para valer esse propósito de fazer jornalismo de verdade. Um jornalismo que chama também a atenção dos governantes, como se vê no fato comentado aqui. Não estamos pregando no deserto, as autoridades estão a nos ouvir. E os maiores beneficiários são os mineiros, que raramente receberam da imprensa o que dela se espera. Ou seja, contribuir para que tenhamos de fato um estado democrático e justo.

No preâmbulo da Constituição de 1988, lê-se que o Estado Democrático se destina “a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade, a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias”. O jornal que se pautar nesses princípios estará trilhando o caminho certo.

A carta da Presidência da República revela disposição de não fazer injustiça aos mineiros, o que se insere no espírito da Constituição Federal. É elogiável. Mas se observa nos números, divulgados no texto com a intenção óbvia de impressionar pelo volume, uma mistura indissociável de recursos públicos e privados, como se derivassem todos eles da boa vontade de Dilma Rousseff para com os mineiros, seus conterrâneos. No fundo, em sua maioria, não passam de promessas de investimentos a se realizarem. E nem todos interessam aos mineiros.

Nem é preciso pesquisar para saber que a maioria não quer passar a pagar pedágios nas rodovias federais. Pois é mais um ônus que se acrescenta a tantos impostos e taxas pagos pelos conterrâneos dos Inconfidentes. Talvez fizesse melhor Dilma Rousseff se não tivesse vetado a elevação dos royalties. Ou se ouvisse os rogos do governo estadual para renegociar os juros de sua dívida com a União. Sobrariam mais recursos para investir, por quem conhece melhor as necessidades dos mineiros.

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