Comunicação será o desafio pior de candidatos a prefeito

26/07/2016 às 20:32.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:01

Todos estão à espera do dia 15 de agosto, prazo final de registros das candidaturas, quando então esse quadro pulverizado de até 12 postulantes a prefeito deve ser reduzido a oito. Por várias razões. A primeira delas é a realidade da disputa atual, sem financiamento de empresas e com tempo de campanha encurtado (90 dias para 45). Outro motivo que não pode ser desprezado é a raiva (rejeição) do eleitor contra os políticos.

Quando o pretendente perceber que não há dinheiro para a campanha, que conseguiu alianças e vice que some, as desistências virão naturalmente. Outros serão traídos pela direção partidária, que achará melhor fechar com opções mais fortes (com apoio e estrutura). Haverá ainda os que, em vez de cabeça de chapa, buscarão caminho mais fácil, às vezes, lucrativo, de virar candidato a vice.

Se sobreviver até o dia 15, superando as dificuldades acima, os desafiantes enfrentarão o pior desafio, que será a comunicação, para ficarem bem conhecidos, bem como suas propostas. O diagnóstico é ruim, porque a televisão não tem mais apelo, dada a concorrência das redes sociais e da tevê paga, afetada ainda pelo desinteresse pelos políticos.

Nesse cenário, o pré-candidato João Leite (PSDB) leva vantagem maior por ser mais conhecido e ter boa aceitação; ao contrário de Alexandre Kalil (PHS), que é muito conhecido (90%), mas tem só 9% de intenções. Sem concorrentes e campanha curta, o tucano tem nas mãos o passaporte para o 2º turno. Depois, terá que vencer as fragilidades para convencer e afastar a insegurança que seu discurso passa.

Paulo Brant (PSB) tem bom motor eleitoral. É pouco conhecido, possui campo de crescimento e tem a máquina da prefeitura a seu lado. Não fosse a alta rejeição do PT, Reginaldo Lopes poderia ser viável. Outros nomes, como Kalil, Luis Tibé (PTdoB) e Rodrigo Pacheco (PMDB) podem surpreender se tiverem capacidade de comunicação direta com o eleitor.

Pimentel deve vetar TCO para todos

O governador Fernando Pimentel (PT) deverá sancionar amanhã (28), último prazo constitucional, o projeto da reforma administrativa (primeira parte e a principal), criando mais três secretarias de estado (extraordinárias) e extinguindo série de órgãos públicos, autarquias e cargos comissionados. De tudo o que foi aprovado, Pimentel deverá só vetar um corpo estranho que foi a inclusão de emenda que dá autorização para que policiais (militares e civis) lavrem Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO).

A medida provocou a reação de delegados, que alegaram, entre outras, invasão de competência e inconstitucionalidade. O veto do governador deverá ser pautado pelo segundo argumento, uma vez que a matéria é regulada por legislação federal.

A definição não para por aí, porque a tendência, hoje, na Assembleia Legislativa é de derrubar o veto por considerarem necessária a mudança. Nesse caso, as associações de delegados deverão arguir a constitucionalidade da lei na justiça. Hoje, policiais militares têm que percorrer, em muitos casos, até 200 quilômetros para encontrar um delegado de plantão para registrar a ocorrência de crimes de menor potencial ofensivo. Os casos mais graves são levados à presença de juiz (audiência de custódia) em até 24 horas.

(*) Orion Teixeira escreve de terça a domingo neste espaço

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