Comunicação será o maior desafio de Kalil e João Leite

12/10/2016 às 10:44.
Atualizado em 15/11/2021 às 21:12

Após a constatação de ambos os lados de que apoios políticos não transferem votos, ou ainda, podem reduzir as intenções, resta aos candidatos finalistas à Prefeitura de Belo Horizonte fazerem uma comunicação eficiente para conquistar a vaga. Em primeiro lugar, é preciso lembrar sempre que a campanha de segundo turno é totalmente diferente da anterior. Segundo, o que levou João Leite (PSDB) e Alexandre Kalil (PHS) até aqui não os levará mais a algum lugar.

O tucano foi e é líder em uma disputa que, inicialmente, tinha outros 10 candidatos e, de todos eles, recebeu poucas críticas. Em outras palavras, não apanhou como seu principal adversário (Kalil), que virou saco de pancadas da maioria. O efeito foi o aumento de rejeição que barrou o crescimento do candidato do PHS. Tudo somado, ambos foram embalados pelo recall (grau de conhecimento), mais a estrutura partidária de um e o estilo agressivo de outro. Agora, a campanha será frente a frente.

Os dois concorrentes reconheceram as dificuldades e manifestaram preocupação com o excesso de tempo e de exposição na televisão; tanto é que fizeram acordo para reduzir de dez para cinco minutos o tamanho dos blocos dos horários gratuitos. Atenção desnecessária porque a audiência é muito baixa nessa modalidade, somada ao desinteresse geral. O grande foco dessa campanha, como de outras, serão as inserções comerciais (de 30 segundos), que alcançam audiência caroneira nos programas preferidos do eleitor desavisado.

Além de mais importantes, as inserções serão mais numerosas, exigindo, por isso, uma linguagem mais publicitária do que informativa. Kalil precisa dosar os destemperos, ficar mais manso e apresentar conteúdo maior. Sair de 26 segundos para cinco minutos pode ser um tiro no pé. Boa parcela do eleitorado que o trouxe até aqui começa a encontrar outra que se assusta com seus arroubos.

No final de semana, ele recebeu em seu apartamento dirigentes do PCdoB, oferecendo-lhe apoio; na segunda, os rejeitou deselegantemente. Os comunistas, claro, recuaram, o que levou também o PT a liberar a militância e a não declarar o voto. Desnecessário, todo mundo sabe quem está com quem. Quem é a favor desse porque é contra aquele.

Ante o tiroteio, o tucano demonstra incômodo quando o rival o compara a todos os outros políticos e que, como eles, está aí há mais de 20 anos sem fazer grandes transformações. Algumas avaliações, identificaram sinais de derretimento dele enquanto o rival estaria travado pela rejeição. Entre os dois, tudo pode acontecer até o dia 30 de outubro. Até lá, Kalil poderá recuperar-se da rejeição com boa comunicação; da mesma forma, João Leite poderá minimizar as deficiências e a simplicidade do primeiro turno.

Voltam as pesquisas
Ainda hoje, recomeça a corrida dos institutos de pesquisas que saíram derrotados no primeiro turno. Serão divulgados nesta quarta-feira os primeiros números do Datafolha neste segundo turno. Às vésperas da primeira votação, o instituto apresentou grave erro, quando apontou frente de 16 pontos de João Leite sobre Kalil, quando, pelas urnas, eram de apenas 7 pontos. 

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