Concílio da Destruição discute excesso de informação

Agencia Estado
11/01/2013 às 09:54.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:31

É uma época de excessos. Sobram construções, carros e corpos. Existem ideias demais. Mais problemas do que nunca. E talvez haja beleza em demasia também. O exagero não poupou nem a arte. Em Concílio da Destruição, que a Cia. Les Commediens Tropicales estreia nesta sexta-feira no Sesc Pompeia, imagina-se o mundo diante de um dilema: quando não há espaço para mais nada, cada país tem direito a preservar apenas cinco obras de seus artistas mortos. Quais? Só se sabe que, para se ter o direito de criar algo novo, será preciso, primeiro, apagar o passado.

Aos espectadores, cabe acompanhar o que seria a reunião de um dos conselhos encarregados de escolher os livros, filmes ou quadros que irão sobreviver. "Já existe hoje esse excesso de informação. E uma seleção natural do que vai perdurar", diz o autor Carlos Canhameiro, que foi finalista do prêmio Luso-Brasileiro de Dramaturgia 2010 por esse texto. "Não há resposta possível para esse questionamento. Nem dá para imaginar que alguém possa fazer essa escolha. Mas a peça é uma tentativa de provocar."

Todas as ações se passam em um cenário que lembra um estúdio de gravação. As cenas são filmadas e transmitidas simultaneamente pela televisão. A trilha sonora também é feita ali: ao vivo e à vista da plateia. Tantas interferências, aponta Canhameiro, são uma forma de relativizar os discursos que circulam na boca das personagens.

Concílio da Destruição. Sesc Pompeia. Rua Clélia, 93, telefone 3871-7700. 6ª e sáb., 21 h; dom., 19 h. R$ 16. Até 17/2. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
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