(Marcelo Jabulas)
Quando "De Volta para o Futuro 2" chegou nas locadoras de VHS, o que me chamou atenção (além do DeLorean voador, o skate flutuante e aquele magnífico Nike que se ajustava automaticamente) era a casa inteligente de Marty McFly, com suas vídeo-chamadas, impressoras por todos os cômodos e outras bugigangas que acreditávamos que existiriam em 2015.
Fato é que em 2020, muitos dos vislumbres de Steven Spielberg não passam de devaneios caricatos, mas de fato vivemos num mundo com equipamentos conectados, da mesma forma que o Chicago Cubs realmente conseguiu vencer a World Series da liga de beisebol.
As conexões entre aparelhos se tornaram triviais e faz parte do universo chamado Internet das Coisas ou IoT (sigla em inglês para Internet of Things). Desde a impressora que escaneia imagens e cospe seus impressos apenas com um toque do celular ou do notebook, via Wi-Fi, como televisores que conversam com smartphones e computadores por Bluetooth ou pelo roteador.
E acredite hoje há mais aparelhos interagindo entre si, do que humanos. Segundo a consultoria Gartner há cerca de 26 bilhões de dispositivos conectados a web. Pode parecer um número exagerado, mas se o amigo começar a listar tudo que tem em sua casa, que se conecta de alguma forma a web, verá estamos envolvidos em tranqueiras inteligentes. Nessa babel eletrônica há de tudo, fones de ouvido, pulseiras que medem frequência cardíaca, relógios inteligentes, televisores, videogames, e claro, telefones e computadores, assim como linhas de produção robotizadas. Até fogão hoje tem Wi-Fi.
Além disso, essa confraria eletrônica se tornou um fator de compra. Muito mais que qualidade de imagem de uma TV, ou as funcionalidades de um telefone e até mesmo a velocidade que a geladeira deixa sua cerveja no ponto, a conexão decide uma aquisição.
É o que explica o diretor de marketing da Samsung América Latina, Arthur Wong. "A conectividade vem se democratizando cada vez mais. Uma pesquisa realizada no Brasil em Janeiro/2020 pela Kantar, aponta que 67% dos brasileiros entre 26 a 40 anos compram um novo equipamento eletrônico devido às suas novas funcionalidades", aponta.
E faz sentido, a capacidade de espelhar o conteúdo do telefone da TV pode parecer algo sem muita importância, mas torna uma apresentação corporativa mais prática, sem aquela novela de esticar cabo do computador para a TV e o controle remoto que não funciona ou o Data Show que não quer funcionar. Assim como as populares caixinhas de som com conexão Bluetooth, que embalam a festa sem precisar retirar o velho três em um da sala, ou ter que ligar o som do carro. Realmente as conexões entre aparelhos fazem nossa vida mais prática.
Outra realidade digna de invenção do doutor Emmett Brown são as geladeiras conectadas. "Hoje é possível ver o que tem dentro da sua geladeira pelo smartphone, e assim você nunca mais esquecerá o que comprar quando estiver no supermercado", exemplifica Wong.