Conferência traz notícias promissoras na busca da cura da Aids

03/07/2013 às 14:34.
Atualizado em 20/11/2021 às 19:43

KUALA LUMPUR - Os cientistas que pesquisam tratamento para o HIV apresentaram notícias encorajadoras durante uma conferência sobre a Aids, que terminou nesta quarta-feira (3) em Kuala Lumpur.

Entre as experiências se discutiu o caso do "bebê de Mississippi". O bebê, infectado pelo vírus da Aids (HIV) contraído no ventre de sua mãe, recebeu um coquetel de três drogas nas primeiras 30 horas de vida e por 18 meses consecutivos.

Quinze meses após a terapia tripla, o bebê ainda não apresenta traços de HIV no sangue.

Também foram citados os casos de dois homens HIV-positivos que receberam transplante de medula óssea e passaram a não apresentar sinais do vírus, respectivamente, 15 e sete semanas após o término do tratamento.

No entanto, estes sinais encorajadores não significam que existe uma cura milagrosa, advertem os cientistas.

Mas os novos casos revelam a possibilidade do completo desaparecimento do vírus em pacientes - um objetivo inimaginável há apenas alguns anos - ou, pelo menos, o controle de longa duração da doença, também chamada de "remissão funcional", que acaba com a necessidade do uso diário de tratamentos antirretrovirais.

Os tratamentos antirretrovirais, que surgiram na década de 1990, melhoraram gradualmente, mas milhões de pacientes em todo o mundo ainda precisam tomá-los por toda a vida.

Quase 34 milhões de pessoas estão infectadas com o HIV em todo o mundo, e 1,8 milhões morrem com esta doença a cada ano.

A única cura total conhecida até o momento é a de Timothy Brown, chamado de "o paciente de Berlim". Ele recebeu tratamento para leucemia e se declarou curado depois de um transplante de medula óssea de um doador que tinha uma mutação genética rara que impedia o HIV entrar nas células.

Enquanto isso, cientistas franceses apresentaram dois estudos em Kuala Lumpur, ANRS Optiprim e Visconti, destacando a importância do tratamento precoce para controlar a infecção pelo HIV.

"Dada a diminuição significativa de depósitos nestes dois estudos, não podemos excluir a possibilidade de uma remissão funcional, ou seja, o controle a longo prazo da infecção sem tratamento, a curto prazo pode ser obtida em pacientes tratados precocemente", destacou Jean-François Delfraissy, diretor da Agência Nacional de Pesquisas sobre Aids e Hepatites Virais da França.

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