(Carlos Rhienck)
Os brasileiros continuam preocupados com o emprego e pouco dispostos a fazer compras de maior valor. É o que aponta a pesquisa do Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec), divulgada hoje (2) pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O Inec caiu 0,2% em fevereiro, em relação ao mês anterior, e alcançou 102,7 pontos. O valor é 1,6% menor do que o de fevereiro de 2017 e continua abaixo da média histórica, que é de 108 pontos. De acordo com a CNI, com a confiança baixa, os consumidores estão pouco dispostos a ir às compras.
“A crise foi muito longa e debilitou demais a situação financeira dos consumidores. Então, eles estão muito receosos de voltar essa situação difícil de endividamento, que afetou muitas famílias nesse período de crise. Eles estão esperando ficarem mais seguros, já estão esperançosos com relação ao futuro, mas estão querendo criar um colchão de segurança maior para poder voltar, de fato, à compras”, avalia a entidade.
Aumentou também a preocupação dos brasileiros com o emprego. O indicador de expectativa de desemprego caiu 1,3%. Quanto menor o indicador, maior é o número de pessoas que esperam o aumento do desemprego.
O indicador de expectativas sobre renda pessoal e sobre situação financeira oscilaram pouco. O de renda pessoal subiu 0,3% e o de situação financeira caiu 0,3%. O indicador de expectativa de compras de maior valor caiu 1,7% em fevereiro, em relação a janeiro. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a queda foi 2%.
No entanto, de acordo com a CNI, diminuiu a preocupação dos brasileiros com a inflação e há a percepção de melhora na evolução das dívidas. O índice de expectativa de inflação aumentou 2% em fevereiro na comparação com janeiro. No mesmo período, o indicador de endividamento subiu 0,9%. Quanto maior o índice, maior é o número de pessoas que espera a queda da inflação e que percebe redução de seu endividamento.
Segundo a CNI, o Inec é um indicador que ajuda a antecipar variações na atividade econômica. Consumidores menos confiantes tendem a diminuir as compras. Com a redução do consumo, aumentam as dificuldades de recuperação da economia.
A pesquisa feita em parceria com o Ibope, foi realizada entre 22 e 26 de fevereiro, com 2.002 pessoas em 142 municípios.
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