O mercado aposta na eleição de Jair Bolsonaro (PSL) para a Presidência da República pelo perfil liberal e promessa de realizar as reformas estruturais de que o país precisa, como a previdenciária e tributária. Por isso, todas as vezes em que uma pesquisa é divulgada, com vantagem para o capitão da reserva, o dólar cai e a bolsa sobe.
Caso Fernando Haddad (PT) seja eleito no próximo dia 28, muitas das empresas com ações em bolsa também seriam beneficiadas. Mas em um ramo diferente. Tudo depende do ponto de vista.
O blogueiro especialista em mercado financeiro Ângelo Pavini conseguiu uma lista das ações que, em tese, subiriam ou cairiam conforme o candidato a ser eleito. Os dados são da Mirae Asset, uma das maiores corretoras do país.
Pela análise, uma vitória de Bolsonaro, conforme a Mirae, levaria o dólar a cair, a inflação a ficar estável, os juros e o desemprego a tomarem curva decrescente e os investidores privados aumentariam os investimentos. Nesse cenário, haveria uma alta da Bolsa.
Com isso, os setores que mais sentiriam o impacto, segundo Pavini e a Mirae, seriam os de concessões, bancos, indústria, energia e geração, consumo amplo, produção de petróleo e siderurgia.
Tendo em vista essas consoantes, as ações beneficiadas seriam as de empresas como Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Randon, Marcopolo, CCR, Ecorrodovias, Cemig, Copel, Lojas Renner, Natura, Via Varejo, Petrobras e Usiminas.
Haddad
No cenário em que Haddad fosse eleito presidente da República, o dólar estaria em alta, o desemprego elevado, bem como a taxa de juros, e o déficit fiscal sem solução. A confluência de fatores poderia pressionar a inflação, muito em virtude dos produtos importados, em dólar. Mas o investimento público iria crescer.
Um dos pilares do programa de governo do petista é justamente a alta em investimentos públicos para que as empresas possam voltar a contratar.
Os setores que ganhariam com as medidas seriam aqueles que ligados ao setor financeiro, seguradoras e o setor de saúde. Incorporadoras e construtoras, especialmente as voltadas para construção de casas populares como Minha Casa, Minha Vida, sairiam “no lucro”.
Com a alta do dólar, conforme a Mirae, também seriam beneficiadas as empresas que exportam, as de energia e transmissão, consumo, especialmente alimentos, distribuição de petróleo e siderurgia.
Assim, conforme a corretora e Pavini, as ações que estariam em alta com vitória de Haddad seriam as de empresas como Porto Seguro, Sul América, Hypera, MRV, EZTec, Vale, Suzano, Bradespar, as energéticas Engie e Taesa, além de Ambev, BRF, Pão de Açúcar, Ultrapar e Gerdau.
Amplificadoras
A corretora ainda lembra que algumas empresas possuem ações amplificadas pelos movimentos da Bolsa. Ou seja, quando ela cai, essas empresas caem ainda mais. E quando sobe, elas potencializam os ganhos. Os exemplo: CSN, Gerdau, Bradespar, Vale, dentre outras.