Conheça o “Gatão”, um dealer autodidata que está no poker há cinco anos

CardPlayer
03/05/2013 às 17:35.
Atualizado em 21/11/2021 às 03:23

Existem pessoas que demoraram meses para aprender a jogar poker, já Daniel Teixeira de Lima demorou alguns dias para dominar o jogo, aprender todas as regras e a dar cartas. Foi nos cash games de Belo Horizonte que “nasceu” o dealer “Gatão”, um dos croupiers mais talentosos do Brasil, e por que não, do mundo?

Nessa semana marcada pelo Dia do Trabalhador, nós conversamos com o Gatão. Conheça um pouco mais sobre a carreira dele:

CPBR: Qual foi o seu primeiro contato com o poker?

Gatão: Em Belo Horizonte, eu descobri o poker através de um amigo. Quando ele se tornou jogador profissional, passei a acompanhá-lo nos cash games. Após observar atentamente o jogo por duas semanas, já me senti confortável para ir até a mesa e dar as cartas. Desde o início eu percebi que a profissão de dealer era promissora, isso em 2008.

CPBR: Como você aperfeiçoou a sua técnica?

Gatão: Eu busquei assistir vídeos na internet, que eram escassos na época. Em seguida, viajei para adquirir experiência e em pouco tempo já estava rodando o circuito, inclusive no BSOP.

CPBR: Como você chegou ao BSOP?

Gatão: Um amigo meu recebeu um email de convocação de dealer para o evento. Ele me encaminhou a mensagem e viajei até São Paulo. Lá eu fiz a avaliação e fui selecionado. Desde então estou presente em todas as etapas.

CPBR: Quais foram os melhores jogadores que você já deu carta?

Gatão: Já dei carta para excelentes jogadores, entre os brasileiros eu destaco Caio Pimenta, Christian Kruel, Alexandre Oliveira e André Akkari. Já os estrangeiros vale ressaltar Daniel Negrenu, Leo Fernandez e Bertrand “ElkY” Grospelier.

CPBR: Você acha que a profissão de dealer te ajuda como jogador?

Gatão: Em parte sim, nós temos habilidade e noção de jogo, mas a dinâmica é completamente diferente, a nossa visão na mesa é outra. Nosso foco é a regra e não técnica.

CPBR: E você joga com muita frequência?

Gatão: Não, quando jogo é por diversão, mas isso raramente acontece. Pretendo fazer um coach de sit and go’s por três meses, quem sabe assim eu jogue um pouco mais

CPBR: Como você encara algumas declarações que dizem que os dealers do Brasil estão entre os melhores do mundo?

Gatão: Com muita naturalidade, uma vez que é verdade. Já rodei os países próximos ao Brasil e os dealers por lá tem talento, mas para jogos de cassino, não para o poker.

Gatão: Várias, os jogadores passaram a se comportar melhor, o poker como instituição cresceu e os eventos ficaram modernos e profissionais. Praticamente é outro esporte.

CPBR: Você já sofreu preconceito por ser dealer?

Gatão: Não, as pessoas perceberam que uma profissão que sustenta um homem profissional por cinco anos só pode ser séria.

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