Consciência tranquila, aval de Hyuri e apoio da FMF: Emerson de Almeida após o clássico

Henrique André
hcarmo@hojeemdia.com.br
28/03/2016 às 18:53.
Atualizado em 16/11/2021 às 02:41
 (Lucas Prates/Hoje em Dia)

(Lucas Prates/Hoje em Dia)

Após o clássico entre Galo x Raposa, disputado neste domingo (27) e vencido pelo Cruzeiro por 1 a 0, o árbitro Emerson de Almeida Ferreira voltou para casa e passou a Páscoa ao lado dos familiares.

Com a consciência tranquila de um bom trabalho feito, como ele mesmo afirma, Emerson considera normais os erros durante os 90 minutos e tem o apoio do presidente da Comissão de Arbitragem da Federação Mineira de Futebol, Giuliano Bozzano. Por ter sido escalado para o duelo no Horto, ele recebeu cerca de R$ 1.600 (líquidos).

Nesta segunda (28), o árbitro acordou às 5h30, como faz todos os dias, e foi para o trabalho. Não na FMF, mas numa clínica na qual atua como fisioterapeuta.

No caminho de casa para o trabalho, ele parou para abastecer o carro e foi cumprimentado pelo frentista. Na hora do almoço, teve o apoio de quem o reconheceu no restaurante; durante o dia, recebeu mensagens positivas de amigos atleticanos e cruzeirenses.

Aliviado por não ter sofrido qualquer tipo de agressão, no fim da tarde ele voltou para casa, por volta das 18h, e, ao atender a reportagem do Hoje em Dia, se preparava para o primeiro treino físico da semana.

"Se a gente for parar para analisar tudo o que acontece, vendo o jogo com lupa, vai achar muitas coisas. No final da partida, a gente saiu de lá com uma sensação boa e de dever cumprido. Tivemos até o reconhecimento por parte dos atletas, que vieram dar voto de confiança e nos parabenizar. Jogadores do próprio Atlético"

 Tecnologia na arbitragem...

"Esta insatisfação é normal. Se fosse o contrário, o Cruzeiro reclamaria da mesma forma. A gente está aí para trazer as críticas construtivas para o nosso treinamento, para que possamos melhorar. De repente a solução para este lance de área (pênalti em Lucas Pratto) está para chegar em agosto, com o árbitro de vídeo. Sou totalmente a favor da tecnologia para nos auxiliar. Sempre falo para minha equipe que tudo aquilo que vemos em campo, é obrigatório marcar, sem titubear, pois a TV mostrará. Por isso, existe um jogo no campo e outro fora dele. Um lance bobo para nós torna-se muito maior na televisão".

Não expulsão de Ariel Cabral...

"O Ariel subiu para cabecear. Quando o jogador sobe e cai (com o pé no adversário), o árbitro vê se houve intenção ou não. Fiquei tranquilo porque os dois (Hyuri e Ariel) se entenderam e falaram que a disputa foi normal. Ambos me falaram que não estavam ali para me atrapalhar".

Pensou em dar o segundo cartão ao Allano?

"Não tive nem dúvida do lance. Falta no meio do campo, que não matou contra ataque. Foi num disputa de bola. Achei o contato físico normal e não pensei em dar o cartão".

Acordou com medo de ser punido pela Federação?

"Sinceramente, não passou pela minha cabeça ser punido. Tivemos a compreensão e entendimento de todos, que o clássico é um jogo muito difícil e que é preciso um controle diferente que  temos em outros jogos. O presidente da Comissão estava no mesmo plano que nós e viu tudo. Sentamos e analisamos juntos. Não temo geladeira. Venho fazendo um campeonato consistente e de forma regular. Porém, se for do entendimento deles que eu fique um pouco de fora, vou compreender".

 O que acha de árbitros de fora do Estado apitarem o clássico?

"Eles não estão mais preparados do que nós e nem menos. Eles erram da mesma forma. Se fosse um árbitro de fora que tivesse apitado e voltado (para casa), nenhum jornalista teria ligado para ele. O cara vem aqui, apita e vai embora. Não conhece como criou-se o futebol mineiro e nem a rivalidade. Já trabalhei de quarto árbitro para muitos árbitros que vieram aqui apitar o Atlético x Cruzeiro. Eles apitam como um jogo comum e erram até mais, às vezes".

Situação atual do quadro de árbitros da FMF...

"Vamos colher frutos da reformulação na FMF daqui quatro ou cinco anos. O futebol é tão profissional, que tem que ser tratado assim. Nós, árbitros, ainda não temos este reconhecimento. Acabou o jogo, vim pra casa, descansei e cinco e meia da manhã fui trabalhar. Cheguei agora (18h) e estou indo treinar. Precisamos ter um apoio. Somos amadores no papel e na valorização. Recebemos muito pouco para apitar num jogo do tamanho do clássico".

Sofreu alguma represália de torcedores nesta segunda-feira?

"Tenho o reconhecimento de que sempre dou o meu melhor. Acordei hoje cedo, parei para abastacer o carro, fui cumprimentado pelos frentistas, recebi diversas mensagens de atleticanos e cruzeirenses, do convívio, parabenizando. No supermercado ou restaurante todos sabem das dificuldades e que na TV é mais fácil de acompanhar. O dia foi tranquilo e sem agressões na rua ou nas redes sociais. Graças a Deus".

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