Conselho Constitucional invalida imposto para os ricos na França

Folhapress
29/12/2012 às 10:51.
Atualizado em 21/11/2021 às 20:09

  SÃO PAULO - O Conselho Constitucional da França decidiu neste sábado (29) invalidar o imposto para os ricos que iria começar a valer em 2013, por dois anos. O imposto de 75% seria aplicado a rendas superiores a 1 milhão de euros (o equivalente a R$ 2,7 milhões) e era um dos principais pontos do orçamento para o ano que vem.    Em comunicado, os magistrados negaram a constitucionalidade dos cálculos do teto do Imposto sobre Fortuna (ISF), em particular a soma dos lucros ou benefícios que o contribuinte ainda não realizou.    Essa nova cobrança foi uma promessa de campanha do presidente socialista François Hollande nas eleições de maio passado.  Taxando ricos e grandes negócios, a França esperava arrecadar 20 bilhões de euros (R$ 52 bilhões). O governo alegava que a medida afetaria apenas cerca de 2.000 a 3.000 pessoas.    Dos 10 bilhões de euros a serem arrecadados de pessoas físicas, afirmava o governo francês, a maioria -6,2 bilhões de euros- viria de pessoas com renda superior a 150 mil euros, taxadas em 45%.    Com o aumento das taxas e cortes de gastos, o país esperava atingir a meta de deficit orçamentário de 3% do PIB (Produto Interno Bruto) no ano que vem. Para 2012, o governo prevê que o deficit alcance 4,5% do PIB.    Sem experimentar crescimento econômico há três trimestres, mas também escapando da recessão que outros países da zona do euro enfrentam, a França projeta crescimento de 0,8% do PIB para o ano que vem, estimativa considerada otimista por muitos analistas.   Polêmica    Foi esse imposto que colocou o ator francês Gérard Depardieu no centro de uma polêmica com o Palácio do Eliseu.   Na aparente tentativa de burlar o fisco, ele colocou à venda sua suntuosa casa de Paris e se mudou para logo além da fronteira da França com a Bélgica. O imóvel colocado à venda é uma vasta mansão do século 19 no bairro de Saint-Germain, em Paris, há décadas frequentado por escritores, músicos e marchands.    O primeiro-ministro francês, Jean-Marc Ayrault, chegou a qualificar o comportamento de Depardieu de "patético" e antipatriótico. "Ser francês significa amar seu país e ajudá-lo a ficar de pé novamente", disse.

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