Consumidor deve se ater aos preços dos ovos e dos peixes

Valéria Esteves


Repórter


valeria@onorte.net

Procon reitera alerta sobre variação de preços


de um estabelecimento para outro (fotos: Wilson Medeiros)

Vendedores de peixe e ovos de páscoa pretendem ter mais lucros nessa semana que finda o tempo quaresmal. Até o momento dessa reportagem parte deles diziam que o movimento começou a melhorar na última sexta-feira e a esperança é que até o fim de semana mais ovos e peixes sejam vendidos.

Para atrair o cliente vale de tudo. O melhor preço, qualidade e principalmente gentileza na hora do atendimento. Em algumas bombonieres estão sendo comercializados ovos com recheios diversos, desde o chocolate com pimenta ao recheio mais saboroso, o que vale é a criatividade. 

Vale lembrar que o consumidor deve estar atento aos preços que segundo o Procon- Programa municipal de defesa do consumidor não sofreram muitas alterações se comparando ao preços do ano passado, mas que é necessário que se pesquise antes da compra para não se sentir lesado ao final.

PESQUISA

O Procon realizou, no período de 04 a 06 de abril, pesquisas em estabelecimentos comerciais de Montes Claros na tentativa de identificar variações de preços, com o objetivo de orientar os consumidores na hora das compras. Nos preços dos ovos de páscoa, a variação atingiu índice de 50%. Já nos valores verificados nos peixes, a diferença chegou a 235%.

A pesquisa de preços de ovos de páscoa verificou 28 itens em 13 estabelecimentos de Montes Claros e constatou que as variações de preços de um mesmo produto, da mesma marca e tamanho, possuem diferenças significativas. No produto Nestlê, segundo informações da assessoria de comunicação da prefeitura de Montes Claros, ovo de chocolate nº 23, de 700 gramas, essa diferença chega em valores reais a R$ 11,09. Outro produto que chama a atenção nesta pesquisa é o ovo de chocolate nº 21 de 540 gramas, da marca Lacta, vendido no comércio varejista com uma variação de até R$ 7,65. Também chamou a atenção o preço do ovo de chocolate da marca Garoto, nº 20, 375 gramas, cujo percentual de variação atingiu quase 28%, que em valores absolutos correspondem a R$ 5,00. 

MERCADO

Conforme o dono de uma peixaria no mercado municipal de Montes Claros, Eder Geraldo Guedes, por enquanto as vendas não sofreram nenhuma alteração, mas a expectativa é grande com relação à procura pelos peixes. Ele diz que tem buscado seu produto em Chique Chique na Bahia, Argentina, Belém do Pará, e Amazonas devido ao rio São Francisco estar muito cheio não dando condições de pesca aos pescadores.

Ele que também mantém estabelecimento no bairro Delfino espera um ganho significativo nesse fim de semana.

Mas o consumidor vai encontrar uma variedade de peixes e preços. No mercado, os peixes custam de R$ 2 a R$ 19,90 sendo que podem ser encontrados cortados ou inteiros. É bom que o consumidor preste bem atenção na hora de escolher o melhor, é preciso que as escamas estejam bem firmes ao peixe, víceras bem avermelhadas e olhos limpos.

De dois em dois meses ou de 15 em 15 dias, Eder vai em busca do produto a fim de sua clientela não voltar para casa sem um surubim, uma curimatã ou até mesmo um dourado, traíra, bacalhau, o que vai mudar na verdade é sua origem: norte-mineira, baiana Argentina entre outros. Tudo ao gosto do bolso do cliente.

Vale lembrar que os peixes oriundos do Velho Chico são mais caros que os argentinos, por exemplo, que apresentam cerca de 50 % de diferença nos preços. No ano passado as vendas nesse mesmo período foram maiores de acordo com Eder, pelo menos aquelas realizadas a varejo.

- Espero que as vendas cresçam na próxima semana e conto com minha clientela fiel a mais de 20 anos que vem ao mercado na peixaria em busca de qualidade. Temos também promoção de peixe salgado de R$ 3,99, mas podemos negociar, diz.

ALERTA

O Procon alerta a população para o hábito da pesquisa, mas ressalta que o consumidor não deve deixar de observar a qualidade, o devido armazenamento, a validade, a data de fabricação e a origem do produto.

Na pesquisa de preços de peixes, o órgão verificou 29 itens em dez estabelecimentos comerciais do gênero da cidade, constando variações que atingiram 235%. Foi o caso do Filé de Badejo a granel, cuja diferença de preço do quilo chegou a R$ 35,00, em valores reais.

Outro produto que chama a atenção nesta pesquisa é a sardinha, produto popular, vendido no comércio varejista com uma variação de até R$ 4,05. A pesquisa destaca também o Surubim do Mato Grosso, cujo percentual de variação, no quilo, chegou a quase 99%, que em valores absolutos correspondem a R$ 8,40. 

Para Onofre Gonçalves da Silva, morador do bairro Melo em Moc, os preços estão acessíveis este ano, mesmo estando as vésperas da semana santa. O contrário do que pensa seu João Soares Ferreira que saiu de Vila Nova de Lima, distrito de Moc para encontrar bons preços. Na hora da entrevista estava levando seu primeiro peixe desse período, um curimatã de R$ 7,90 o quilo para casa. E acrescentou: apesar de achar os peixes caros, pretendo abastecer minha dispensa deles nessa semana santa que acredito tanto por ser católico.

Quanto aos ovos há empresas e microempresas de vários lugares do Brasil, especialmente da Amazônia exportando ovos com recheios de cupuaçu, plantado aqui no Norte de Minas pela Empresa de pesquisa agropecuária, castanha entre outros.