(Lucas Prates)
Os empresários Rogério e Ana Cláudia Bonanno e os filhos do casal, Pedro Henrique e Maria Eduarda, ajudaram o Produto Interno Bruto (PIB) a crescer 0,6% no terceiro trimestre de 2019 em relação ao segundo trimestre de 2019. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) atribuiu o resultado, sobretudo, ao consumo das famílias (0,8%) e aos investimentos privados (2%).
Foi o no trimestre de alta no consumo das famílias. Já os aportes privados revelaram mais que uma elevação: interromperam as sucessivas quedas da construção civil, considerado setor termômetro da economia nacional.
“Na ótica da demanda, os investimentos vêm crescendo, puxados pela construção, que havia caído 20 trimestres consecutivos e desde o trimestre anterior mostra recuperação, quando comparado a igual período de 2018. O consumo das famílias, que representa 65% da economia, também cresce, enquanto as despesas do governo – incluindo pessoal e demais gastos, exceto investimentos –, caem em todas as esferas em função das restrições orçamentárias”, analisou a coordenadora de Conta Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.
O consumo da família é importante porque tem peso relevante no cáculo do PIB. O desembolso de famílias como a Bonanno, que mora no bairro de Lourdes, região Centro-Sul de Belo Horizonte, deu maior musculatura ao PIB, que encerrou o terceiro trimestre com o valor de R$ 1,842 trilhão.
“Gostamos de nos divertir juntos. Frequentamos um clube, cinema e restaurantes nos fins de semana”, disse Ana Cláudia.
O resultado foi comemorado por Jair Bolsonaro. O presidente aproveitou uma participação num fórum de combate à corrupção, em Brasília, para destacar que o Brasil está crescendo: “É algo inesperado para os analistas econômicos, mas da nossa parte sabíamos que viria uma boa notícia, e ela veio em uma boa hora. E a nossa equipe econômica diz que a previsão para o próximo trimestre é crescer”.
Apesar da satisfação de Bolsonaro, a taxa ainda está 3,6% abaixo do pico da série, atingido no primeiro trimestre de 2014.
Na prática, o Produto Interno Bruto está no mesmo patamar de sete anos atrás. A coordenadora de Conta Nacionais do IBGE explica que o resultado de 0,6% mantém a economia brasileira em patamar bem próximo do terceiro trimestre de 2012.
“Já entre as atividades que caíram o destaque é a indústria de transformação, afetada pela queda nas exportações em função da menor demanda mundial e a crise da Argentina”, explicou Rebeca Palis.
Na revisão anual, realizada rotineiramente no terceiro trimestre, o PIB de 2018 variou positivamente 0,2 p.p., passando de 1,1% para 1,3%.
Com Agência Brasil