(Cristiano Machado)
A conta de luz dos clientes da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) vai passar por um reajuste médio de 3,78%. Para os usuários residenciais comuns, o impacto será de 4,2%. A elevação foi aprovada ontem pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e passará a valer no próximo sábado.
Para os consumidores de alta tensão, representados pelos industriais, haverá uma elevação da tarifa da ordem de 2,06%.
O índice médio ficou muito próximo do antecipado pelo Hoje em Dia, no último dia 18, de 4,17%.
O real impacto da mudança para os consumidores será sentido na conta paga no mês de julho, referente a junho. Isso porque, em maio, são apenas quatro dias com a nova tarifa.
Como os reservatórios de água do país apresentaram uma pequena recuperação, havia uma expectativa que o reajuste ficasse próximo de zero.
Mas, segundo a superintendente de Regulamentação Econômico-financeira da Cemig, Maura Galuppo Botelho Martins, outros fatores pesaram sobre o reajuste final. Alguns exemplos são a alta de 6% dos encargos cobrados sobre a energia elétrica e a elevação de 11% do IGPM em 12 meses, índice de preços que lastreia parte dos custos da companhia.
O diretor de Finanças e Relações com Investidores da Cemig, Fabiano Maia Pereira, pondera que, se comparado com março do ano passado, a energia paga pelo consumidor mineiro ainda está cerca de 4% mais baixa, mesmo após o reajuste. No entanto, essa redução tem ligação com o desligamento das usinas térmicas, cuja queda nas contas já foi sentida nos meses anteriores.
Para os próximos anos, o esperado é que o reajuste também seja abaixo da inflação. Pelo menos é o que a companhia apresentou ontem aos investidores durante o XXI Encontro Anual Cemig-Apimec.
Segundo Pereira, o plano de negócios do grupo neste ano inclui uma redução da dívida, hoje em R$ 16 bilhões, e dos custos, além de um aumento da produtividade. Uma das estratégias é a realização de um Plano de Demissão Voluntária (PDV), em curso.
Outra negociação em andamento, a continuidade da usina de Jaguara entre os ativos da companhia, está em compasso de espera. Segundo Maia, uma reunião deverá ser marcada em breve com o governo federal. A mudança do governo, com a substituição de Dilma Rousseff por Michel Temer, não deverá impactar as negociações sobre o diálogo entre Cemig e União. Uma decisão pela continuidade da usina em posse da empresa serviria como garantia de que ela não perderia Miranda e São Simão, outras usinas na mesma situação.
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