(Nelson ALMEIDA / AFP)
O volante Paulinho afirmou que a Copa do Mundo da Rússia, que começa a ser disputada nesta quinta-feira (13), é uma chance para o Brasil "reverter o que fez" há quatro anos, em coletiva de imprensa em Sochi, nesta quarta.
O volante do Barcelona, que na fatídica semifinal de 2014 diante dos alemães, no Mineirão, entrou em campo no segundo tempo, afirmou que, sob o comando de Tite, a seleção brasileira "deixou o passado de lado" graças aos bons resultados e às atuações convincentes.
Agora, na Copa da Rússia, o Brasil, apontado por Paulinho como favorito ao título ao lado de Alemanha, França, Bélgica, Espanha e Argentina, terá a chance de escrever um novo capítulo de sua história.
"O futebol é bom porque dá oportunidades muito rápido para você reverter o que fez", lembrou.
Embora Tite venha dando seguidas pistas da formação que entrará em campo para a estreia contra a Suíça, no domingo, separando os habituais titulares -Danilo, Thiago Silva, Miranda e Marcelo; Casemiro, Paulinho e Coutinho; Willian, Neymar e Gabriel Jesus- do restante do grupo nos últimos treinos, Paulinho afirma não saber das intenções do treinador.
"O professor não decidiu ainda não, mas não depende de nomes. O Fernandinho entrou e jogou muito bem. O Coutinho para mim é um craque. O que o professor decidir, a única certeza que tenho é que os 11 vão jogar da melhor maneira possível. Mas ele ainda não decidiu", afirmou o volante, citando os dois jogadores que brigam pela única vaga em aberto na equipe.
Confiança no professor
Um dos pilares da equipe de Tite, Paulinho sabe que sua característica de chegada no ataque -um de seus pontos fortes na Seleção- ficaria mais limitada com a entrada de Coutinho no time titular. O volante, porém, não se mostrou preocupado.
"Eu já trabalhei com o professor Tite e algumas vezes ele pedia que eu recuasse um pouquinho, fosse mais organizador e deixasse outro com mais liberdade no Corinthians. E aqui na Seleção foi o que aconteceu, ele me pediu para organizar mais e liberar mais o Coutinho, que tem uma qualidade impressionante", analisou.
"O que mais quero fazer é ajudar, eu não vejo problema algum, o que for para ajudar a Seleção eu vou fazer", continuou.
A naturalidade com que Paulinho fala de possíveis mudanças no esquema tático da Seleção estão diretamente relacionadas à conexão à lealdade que tem com Tite, que bateu de frente com a opinião pública quando voltou a convocar o jogador.
Paulinho, que na época jogava na China, longe dos holofotes brasileiros, ainda sofria do estigma do '7 a 1'.
"Vou ser bem sincero. Quando saí do Tottenham para a China eu sabia que ia me distanciar (da Seleção). Depois que o professor Tite assumiu, não é que passei a trabalhar mais. Resgatei minha confiança, consegui manter um ótimo nível e retornar à Seleção que é meu maior sonho, vestir essa camisa", admitiu.
Apesar da confiança na Seleção, Paulinho fez questão de lembrar que o duelo contra a Suíça não será fácil e pediu paciência ao torcedor diante de equipes que certamente tomarão precauções para não sofrer nas mãos de Neymar, Gabriel Jesus, Coutinho e companhia.
"Tive a experiência de jogar contra a Suíça uma vez e imagino que eles venham jogar dessa forma, com linha baixa, marcação bem forte. Nós sabemos que vai ser um jogo muito difícil", alertou, antes de concluir: "Temos que ter paciência, vamos enfrentar dificuldades, mas estamos preparados para isso."
Após o duelo contra os suíços, o Brasil enfrentará a Costa Rica, no dia 22 em São Petersburgo. No dia 27, encerra sua participação no Grupo E da Copa contra a Sérvia, em Moscou.
Leia mais:
Neymar, o mais caro também no mercado de figurinhas
Brasil teme presença de espiões nos treinos em Sochi
Técnico da Rússia não vê motivos para preocupação