A Coreia do Norte acusou nesta segunda-feira as "forças hostis" lideradas por Washington de submeter o país ao mesmo tipo de cerco sofrido pela cidade russa de Leningrado na Segunda Guerra Mundial ou Cuba durante a crise dos
mísseis.
Em um comunicado publicado pela agência oficial KCNA, um porta-voz da poderosa Comissão de Defesa Nacional (CDN) afirma que as últimas resoluções da ONU com sanções contra Pyongyang são "anacrônicas e suicidas", suscetíveis de provocar um ataque nuclear no continente americano.
O Conselho de Segurança da ONU aprovou em março o pacote de sanções mais rígido contra a Coreia do Norte até o momento, em reação ao quarto teste nuclear do país, em 6 de janeiro, seguido em 7 de fevereiro pelo disparo de um foguete considerado como um teste de míssil balístico dissimulado.
Estas sanções são obra das "forças americanas e de outras forças hostis" decididas a atacar a Coreia do Norte "em massa para devorá-la", afirmou o porta-voz da CDN.
"O bloqueio de Leningrado que espalhou o terror no coração das pessoas (...) e a crise caribenha da Guerra Fria apenas podem suportar a comparação com a situação", disse.
Washington está provocando uma crise que poderia levar a Coreia do Norte a "realizar como represália um ataque nuclear contra o continente americano a qualquer momento", insistiu.
Nesta segunda-feira, a Coreia do Sul realizou exercícios em grande escala com munição real no Mar do Japão, onde o Norte executou lançamentos de mísseis supervisionados por Kim Jong-un.
Os exercícios, com obuses K-9 e lança-foguetes múltiplos de 130 mm, aconteceram na cidade costeira de Goseong, perto da fronteira com o Norte.
O objetivo da manobra é repetir "o cenário de uma provocação marítima norte-coreana", afirmou o porta-voz do ministério sul-coreano da Defesa, Moon Sang-gyun.