(Samuel Costa/Hoje em Dia)
O comércio eletrônico brasileiro deve fechar 2014 com um faturamento de R$ 35 bilhões. O valor representa um crescimento de 21% ante 2013, com a marca de 104 milhões de pedidos, segundo a E-bit, consultoria especializada em dados do setor. Diante das cifras gigantes, pequenos empresários querem e precisam, cada vez mais, ter seu espaço no mundo digital. De acordo com o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), 94% dos internautas brasileiros pesquisam sobre produtos e serviços antes de comprar. Portanto, se a empresa ou produto não estiver na internet, há uma boa chance do cliente ir parar em outra freguesia. Mas qual o melhor caminho para colocar o um empreendimento na web? Segundo especialistas, são três as principais possibilidades: loja própria, loja em um shopping virtual ou loja pronta (vide infográfico). A escolha depende do perfil do negócio. “O que acontece é que uma das modalidades pode se adaptar melhor ao tipo de negócio do que outras”, explica a analista de atendimento do Sebrae-MG, Daniela Toccafondo. Tempo disponível Para quem está começando, por exemplo, e tem pouco recurso disponível, ela diz que o marketplace (espaço que reúne vários vendedores) associado a mídias sociais pode ser uma forma interessante e de baixo custo. Mas se há mais dinheiro disponível e o projeto permite gastar, a loja virtual própria também é um bom negócio. Pode ser até um meio concomitante. Neste caso, há a necessidade de se conhecer bem o fornecedor e analisar sites feitos por ele e que estão no ar. O primeiro ponto para o qual se deve atentar é o design. Além da qualidade gráfica, outro aspecto importante é a configuração para ambientes de busca. “Tem sites que nunca são visitados porque por trás deles não existe uma boa configuração. Estar por estar na internet não traz lucros”, diz. O barato também pode sair caro. “O desenvolvimento de um site pode custar de R$ 500 a R$ 20 mil. Desconfie. A empresa deve ter boas referências e indicar pelo menos 10 clientes para a sua pesquisa”, aconselha Daniela. Antes de fechar contrato, o empresário deve ainda verificar como funciona o suporte e se as manutenções são feitas no prazo estabelecido. Usabilidade e eficiência para realização das vendas são imprescindíveis. “Quantos menos cliques para fazer a compra, melhor”, ensina a analista do Sebrae. Exemplos de sucesso na web não são raros Ainda garoto, Gustavo Almeida, aprendeu com o dono de uma joalheria da cidade de Formiga, distante 200 quilômetros de Belo Horizonte, o ofício de ourives. Alguns anos se passaram, o pequeno artesão virou adulto e foi fazer faculdade de Direito. Mas a cabeça continuava nas joias. E como precisava pagar seus estudos, arranjou emprego numa joalheria. Até que um dia, pesquisando o preço de anéis na internet, ficou surpreso com o valor e simplicidade das peças. Decidiu colocar à venda, em um shopping virtual (MercadoLivre), um par de alianças que havia feito. No mesmo dia, apareceu uma compradora. E Almeida mudou o rumo da sua vida: pôs no mundo digital a Visual Joias, hoje uma das maiores no segmento no país. Carlos Eduardo Alves, da Kadusom, é outro caso de sucesso. Cansado das baladas e da vida de DJ, Kadu, que sempre fora um apaixonado por instrumentos musicais elétricos, amplificadores e caixas de som, abriu em Patos de Minas, no Triângulo Mineiro, uma loja de instrumentos e aparelhos musicais. Mas o espaço físico não era suficiente pra suas ambições. Foi então que, em 2011, a Kadusom ganhou uma versão virtual e prosperou. Para Guilherme Mazzola, diretor de MercadoShops, plataforma de gestão e criação de lojas on-line do MercadoLivre, exemplos de sucesso como esses não são raros no universo digital. “O MercadoShops acaba sendo uma porta de entrada para esses empreendedores”, diz. Inaugurada há apenas dois meses, a Imobiliária Stark (forte em alemão), com sede no bairro Alípio de Melo, também já tem um lugar na web para chamar de seu. Com pouco capital para investir, o sócio-proprietário Wilson Luigi recorreu ao portal valuegaia, especializado em serviços imobiliários. Por R$ 200 por mês, ele diz ter suporte de crédito e auxílio de busca de condições de financiamento em nove bancos para a clientela. “Assim, posso prestar um serviço quase de despachante, que teria um custo de um salário mínimo, sem ônus para o cliente”, calcula Luigi.