(Maurício Vieira\Hoje em Dia)
Minas Gerais fechou o mês de maio com um saldo positivo de 20.816 vagas de emprego nas Micro e Pequenas Empresas (MPEs). É o que mostra um levantamento do Sebrae Minas – com base nos dados do Cadastro Geral de Desempregados (Caged). O desempenho das MPEs mineiras é o melhor para o mês nos últimos sete anos e cresceu mais de 200% se comparado a abril.
A performance alcançada em maio é a segunda melhor de 2021, perdendo apenas para fevereiro – quando as micro e pequenas empresas geraram mais de 33 mil postos de trabalho. Em comparação com as médias e grandes empresas – que conseguiram saldo positivo de 9.700 vagas –, o desempenho das MPEs em maio representa mais do que o dobro.
95 mil postos
Somente neste ano, as MPEs acumulam 95 mil vagas, o que deixa Minas em segundo lugar na geração de empregos pelos pequenos negócios no país, atrás apenas de São Paulo.
Em um paralelo com 2020, o aumento no cenário da geração de novos empregos nos pequenos negócios é expressivo. Em maio do ano passado, o segmento fechou o mês com saldo negativo de 25 mil vagas. Se somados os primeiros cinco meses de 2020, foram 83 mil vagas perdidas.
Recuperação
Para a analista da Unidade de Inteligência Empresarial do Sebrae Minas, Gabriela Martinez, o resultado alcançado em 2021 mostra uma recuperação dos empregos perdidos no ano passado, motivada pela volta do funcionamento de atividades ligadas ao comércio e serviços.
“As MPEs têm esta característica de reagirem muito rápido a qualquer tendência de recuperação, como está acontecendo agora. Com a gradual flexibilização das atividades econômicas, são elas que mais vão responder gerando novos empregos para suprir suas necessidades”, destaca Gabriela.
Serviços e comércio
Entre os setores que mais geraram empregos em maio entre as MPEs destacam-se o de serviços – com 8,3 mil novos postos – e o comércio – que gerou 6 mil novos postos de trabalho. E, com as expectativas de melhoras para os próximos meses, muitos pequenos empresários estão acelerando o ritmo de contratações. Este é o caso de Thiago Kempen, sócio de uma startup de consultoria e educação para profissionais da odontologia. No início do ano, a empresa tinha apenas quatro pessoas trabalhando – entre elas, os dois sócios.
Em maio, com o aumento do faturamento em 30%, Thiago contratou mais duas pessoas e agora está com processo seletivo aberto para admitir mais um funcionário. “Praticamente, dobramos o número de colaboradores e o nosso ritmo de crescimento está muito bom”, comemora o empresário.
Serviços se destacam, com saldo positivo de 34 mil vagas
Nos cinco primeiros meses de 2021, as MPEs ligadas ao setor de Serviços foram as que mais geraram empregos – com saldo de 34 mil postos de trabalho. A Indústria vem na sequência, com 21 mil novos postos, seguida do Comércio – com 19.700. A Construção Civil, com 15.800, e a Agropecuária, 4.600, fecham a lista.
Em Belo Horizonte, de acordo com os dados do Sebrae Minas, o saldo de empregos em maio entre as MPES foi positivo em 4.300 postos de trabalho. A capital mineira é a terceira cidade do país que alcançou o melhor saldo no segmento, perdendo apenas para São Paulo – com 13.800 – e Rio de Janeiro – com 8.100. O setor de serviços lidera com saldo positivo de 2.259 postos de trabalho, na frente do comércio, 1.299.
Tendência
Mesmo com a melhora nos números relacionados ao emprego, ainda é cedo para esperar que a tendência apresentada nos últimos meses se torne uma realidade para os próximos. Esta é a opinião do economista do Ibmec Felipe Leroy. Ele diz que os impactos da pandemia precisam ser controlados para que a normalidade se tornar um cenário viável nos próximos meses.
Impacto da vacinação
“É claro que o panorama é muito melhor do que quando analisávamos no início do ano, e isso é fruto do impacto da vacinação. Há projeções de crescimento do PIB, mas ainda é cedo para cravarmos que estamos saindo da crise e que retomamos o panorama pré-pandemia”, enfatiza o economista.