(Foca Lisboa/UFMG)
O governo de Minas Gerais está com 87 projetos de investimento assinados, ainda em fase de implantação. Orçados em R$ 11 bilhões, os investimentos são fruto de decisões tomadas pelo Executivo entre 2015 e maio de 2018, através de parcerias feitas pela Agência de Promoção de Investimento e Comércio Exterior de Minas Gerais (Indi), sendo parte deles em áreas estratégicas, que visam promover a descentralização da economia do Estado para além da mineração, incentivando setores como a biotecnologia, a economia criativa e a energia renovável.
Para o vice-presidente do Indi, Ricardo Machado Ruiz, a crise financeira que varreu o país nos últimos anos é a principal responsável por mitigar investimentos. Entre 2010 e 2014, cerca de 300 protocolos de intenção foram assinados com empresas, sendo que mais de 80% deles não foram cumpridos por causa da crise. De 2015 a maio de 2018, o governo de Minas assinou 55 protocolos, que esperam pelo início da instalação e operação das empresas, sendo que alguns já estão em andamento.
“Na gestão passada, o volume de decisões de investimentos era muito elevado. E uma parte substancial desses protocolos foi cancelada por causa da crise. Nós tivemos que fazer um ajuste e focar nos protocolos de maior sucesso, que são 55 atualmente. É o número que vamos trabalhar”, diz Ruiz.
No bojo desses 55 protocolos de intenção firmados entre o Estado e empresas, com diretrizes para investimentos a serem cumpridas no futuro, a expectativa é de um investimento privado de R$ 14,9 bilhões, tendo como retorno um impacto de R$ 17,9 bilhões injetados na economia mineira, com a geração de pelo menos 15 mil empregos diretos.
“São projetos extremamente complexos, principalmente na área de energia renovável, que dependem de outras ramificações de cooperações. Então, é algo a ser planejado e consumado com calma”, analisa Ruiz.
Enquanto os protocolos de intenção não saem do papel, mesmo que alguns estejam em fase de implementação, parte dos 87 projetos assinados com o Estado também aguardam aprovações. Eles estão previstos para serem executados em pelo menos nove áreas do Estado, nas regiões Metropolitana de Belo Horizonte, Norte, Sul e Oeste, além de Vale do Aço, Vale do Rio Doce e Vale do Mucuri. Juntos, todos os projetos têm previsão de gerar 13.120 empregos.
O maior volume de investimentos está direcionado para a região Norte, com aporte de R$ 5,5 bilhões e criação de 4.350 empregos, seguida pela região Sul de Minas, com projetos orçados em R$ 1,9 bilhão e a criação de 2.640 postos de trabalho.
“É um volume grande de investimentos, mas que possivelmente não sairá do papel neste ano. A crise aguda pela qual o país passou deixou rastros e é natural que muitos investimentos tenham ficado pelo caminho. Mas, a depender da estabilidade econômica, eles podem acontecer”, completa Ruiz.
Apesar de não especificar quais são os projetos interrompidos provisoriamente devido à crise, o governo de Minas trabalha com investimentos em dez setores estratégicos. São eles: aeroespacial e defesa, biotecnologia, IoT, telecomunicações e informática, materiais estratégicos, economia criativa, inovação na mineração, mobilidade elétrica, energia renovável e tecnologias verdes.
Governo trabalha com
R$ 5 bi em investimentos
Apenas metade dos projetos de investimento firmados entre Estado e iniciativa privada têm sido executados. São 91 investimentos em andamento atualmente, desde 2015 até maio deste ano. Ao todo, os investimentos estão orçados em R$ 5 bilhões, e distribuídos em 15 mesorregiões do Estado.
Com os aportes, foram criados 11.889 empregos diretos. A maior parte dos recursos é destinada para a região do Campo das Vertentes, que recebeu R$ 1,6 bilhão. “Hoje, nós podemos dizer que conseguimos, pelo menos, executar 50% dos projetos de investimento em áreas prioritárias, como Vale do Rio Doce, Jequitinhonha e Vertentes, regiões carentes do Estado e primordiais”, diz Ricardo Machado Ruiz, vice-presidente da Agência de Promoção de Investimento e Comércio Exterior de Minas Gerais (Indi).
Além disso, outros 30 projetos de investimento distribuídos em dez mesorregiões de Minas ainda estão em fase de implantação. Também orçados em R$ 5, 8 bilhões, os investimentos pretendem gerar 5.529 empregos, com a metade dos recursos, cerca de R$ 2,5 bilhões, destinados à Região Metropolitana de Belo Horizonte. “Muitos desses projetos têm a ver com inovação de mineração e novas tecnologias para aperfeiçoá-la. Ainda estão em fase inicial, mas correm bem”, completou Ruiz.
A gestão anterior não se posicionou até o fechamento desta edição. (LS)