(ROBERT ATANASOVSKI)
Vladimir Pinto Coelho Feijó* Relatórios do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) e da Anistia Internacional chamam atenção para o fato de o planeta contabilizar hoje mais refugiados que no pós Segunda Guerra Mundial. Segundo dados de ambos seriam mais de 50 milhões de pessoas forçadas a viver fora de seus países de origem. A Anistia Internacional assegura que o problema se agravou em 2015 pela entrega de apenas 23% dos recursos prometidos para a ACNUR e também pela redução em 30% do apoio internacional ao Fundo Mundial de Alimentação. Com isso, aqueles refugiados que conseguem apoio passaram a receber apenas US$14 por mês de assistência (US$0,46 por dia), estimulando-os a migrar para zonas onde há expectativa de qualidade de vida maior. O caso que mais chama atenção da comunidade internacional é o da Síria que, segundo os relatórios, contabiliza 4 milhões de refugiados e mais 7,6 milhões de deslocados internos. Esses números não são definitivos porque a guerra civil e a disputa com a ISIS continuam. Os casos dos conflitos que perseguem cidadãos no Sudão do Sul, República Centro Africana, Nigéria, Burundi, Somália e Etiópia acabam convergindo em rotas de fuga que desembocam no Mediterrâneo para tentar chegar à Europa. A União Europeia também acompanha com muita preocupação as tensões na Macedônia e na Ucrânia. Muitos países lidam avulsamente com esses casos tratando-os como imigração, legal ou ilegal. Nos últimos dias vimos o noticiário internacional relatar ondas de imigrantes que invadiram o Eurotunel para tentar chegar ao Reino Unido. Teve menos repercussão a nota oficial do governo dos Estados Unidos preocupado com a leva de brasileiros pegos tentando imigrar ilegalmente usando Cruzeiros como fachada. *Professor do curso de Relações Internacionais do Ibmec/MG