(Sejusp/ Divulgação)
A produção de alimentos dentro do sistema prisional mineiro tem aumentado de forma significativa. Entre janeiro e maio deste ano, mais de 22 toneladas de hortaliças, verduras, legumes e frutas saíram de unidades prisionais de Minas com destino a 826 instituições carentes. No mesmo período do ano passado foram quase 9 toneladas.
De acordo com o Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG), 140 detentos de 44 unidades produzem os alimentos em hortas instaladas nas próprias prisões. Dessas, 12 se destacam pelo montante de hortaliças e verduras produzidas: Penitenciária de Teófilo Otoni, Presídio de João Pinheiro, Penitenciária de Pará de Minas, Penitenciária de Uberaba, Penitenciária de Muriaé, Presídio de Janaúba, Presídio de Araguari, Penitenciária de Ribeirão das Neves I, Presídio de Araxá, Presídio de Itajubá, Presídio de Piumhi e Penitenciária de Governador Valadares. Todas as regiões de Minas Gerais são contempladas pelas doações.
Dinâmica
Segundo o Depen, o plantio e o cultivo dos alimentos possuem muitas vantagens, como o baixo custo de produção e manutenção. Também há disponibilidade de alimentos orgânicos (não se usa agrotóxicos nas hortas) e aproveitamento de espaços vazios e ociosos das unidades prisionais.
Além da profissionalização dos presos, um dos aspectos mais importantes é a execução do trabalho social, pois por meio das doações muitas instituições de caridade conseguem reforçar o caixa e apoiar pessoas carentes.
Em algumas cidades, a produção conta com o apoio de organizações ligadas ao serviço agrícola, como a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater–MG) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). Essas instituições capacitam os presos e aperfeiçoam a produção, com orientações sobre o plantio.
Boa parte das mudas utilizadas nas hortas são produzidas na Penitenciária de Muriaé por meio do projeto MuDar. Mensalmente, 4 mil mudas de hortaliças são cultivadas dentro da unidade prisional, localizada na Zona da Mata mineira. Elas são cuidadas pelas mãos de três custodiados que, caprichosamente, contribuem para a formação dos canteiros de hortas já implantados ou em implantação nas demais unidades prisionais de todo o Estado.