(Maurício Vieira / Hoje em Dia)
A defesa do senador Aécio Neves (PSDB-MG) disse nesta quinta-feira (20) que recebeu com “surpresa e indignação” a notícia de busca na residência da mãe do senador, Inês Maria Neves Cunha, “seja pela completa desnecessidade e descabimento da medida, seja pela total desvinculação de sua mãe com os fatos apurados”.
Em nota à imprensa, o advogado Alberto Toron disse que a busca teria sido motivada por uma “denúncia anônima” de que o imóvel teria recebido caixas com documentos no dia da Operação Ross e que esse relato é mentiroso.
“É lamentável que a intimidade de uma senhora seja afrontada dessa forma, sem que haja nada que justifique”, protestou Toron.
Toron ressaltou que Aécio Neves sempre esteve à disposição de todas as autoridades e que o senador é o maior interessado na elucidação dos fatos. Disse ainda que o político aguarda a finalização célere das investigações para que fiquem provadas que as acusações são falsas.
Operação Ross
Nesta quinta-feira (20), a Polícia Federal cumpriu três mandados de busca e apreensão em endereços ligados à família do senador tucano. Além das casas da mãe de Aécio e de seu primo, Frederico Pacheco, também foram feitas buscas em uma empresa de comunicação, que seria de Pacheco em sociedade com a jornalista Andrea Neves, irmã de Aécio.
Esta é segunda fase da Operação Ross, que investiga suposta propina do Grupo J&F a Aécio entre 2007 e 2014. Os mandados foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), após solicitação da Polícia Federal. A primeira fase da operação, deflagrada no dia 11 de dezembro, fez buscas em endereços ligados ao senador, à Andréa Neves e ao deputado federal Paulinho da Força (SD-SP).
A reportagem do Hoje em Dia entrou em contato com a Polícia Federal para saber o balanço da operação e aguarda retorno.
Confira a nota enviada pela defesa de Aécio Neves:
"Recebemos com absoluta indignação a notícia de busca na residência da mãe do senador Aécio Neves, uma vez que ela nada tem a ver com os fatos em apuração.
Desnecessária e descabida, a busca foi realizada a partir de uma denúncia anônima. Nada foi encontrado e nenhum documento apreendido.
Bastava que se consultasse o sistema de imagens do prédio para se comprovar a falsidade da denúncia e se evitar violência e afronta à privacidade de uma cidadã brasileira.
A empresa Albatroz mencionada ficou inativa por sete anos até ser extinta seis anos atrás, sendo, portanto, incompreensível o pedido de busca numa empresa que as autoridades sabem não existir. O mesmo endereço já havia sido alvo de busca e apreensão em 2017 e nada de irregular foi encontrado.
Reiteramos, como já feito em diversas oportunidades, que o senador Aécio sempre esteve à disposição de todas as autoridades, sendo ele o maior interessado na elucidação dos fatos.
Por fim, aguardamos a finalização célere das investigações para que fiquem provadas, de uma vez por todas, as falsas e convenientes acusações feitas por delatores, criminosos confessos, que ensejam esse inquérito.
Alberto Zacharias Toron - Advogado"
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(*) Com Agência Brasil