O déficit comercial dos EUA apresentou uma alta inesperada em novembro, chegando a US$ 48,73 bilhões, segundo divulgou nesta sexta-feira o Departamento do Comércio. O dado veio bem acima da estimativa de analistas consultados pela Dow Jones, que previam déficit de US$ 41,2 bilhões. Já o déficit de outubro foi revisado para baixo, a US$ 42,06 bilhões, da leitura original de déficit de US$ 42,24 bilhões.
Excluídos os negócios com petróleo, os EUA tiveram em novembro o maior déficit comercial em mais de cinco anos.
A elevação do déficit entre outubro e novembro, de 15,8%, ocorreu por causa da alta generalizada das importações, que avançaram 3,8%, a US$ 231,28 bilhões. O maior acréscimo foi nas compras de bens de consumo. As aquisições de celulares e outros eletrônicos subiram mais de 27% na comparação mensal, enquanto as importações de produtos farmacêuticos cresceram quase 20%.
Já as exportações avançaram a um ritmo mais lento de 1%, a US$ 182,55 bilhões em novembro, de US$ 180,81 bilhões em outubro. As vendas de alimentos, rações e bebidas tiveram uma ligeira queda, enquanto as de bens de capital, como equipamentos de telecomunicação, mostraram uma alta marginal.
Com a China, um dos maiores parceiros comerciais dos EUA, o país teve um déficit comercial de US$ 28,95 bilhões em novembro, 1,7% menor que em outubro. As exportações norte-americanas para o gigante asiático caíram 2,1%, a US$ 10,59 bilhões, e as importações recuaram 1,8%, a US$ 39,55 bilhões.
O déficit com o Canadá, um grande fornecedor de petróleo dos EUA, deu um salto de 73% em novembro, para US$ 3 bilhões, de US$ 1,74 bilhão no mês anterior.
Já com a zona do euro, o déficit comercial dos EUA cresceu quase 20%, com as importações registrando forte alta e as exportações mostrando uma modesta queda. O déficit com toda a União Europeia foi o maior desde outubro de 2007.
Com o Japão, o déficit norte-americano caiu 11,6% em novembro, para US$ 6,19 bilhões, enquanto a desvantagem com o México subiu 11,6%, para US$ 4,86 bilhões.
Segundo o Departamento do Comércio, o déficit real, que é ajustado pela inflação e que os economistas usam para medir o impacto do comércio exterior no PIB, subiu para US$ 51,91 bilhões em novembro, de US$ 46,01 bilhões no mês anterior. O dado de novembro é o mais alto desde 2008. As informações são da Dow Jones.
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