Um delegado de Polícia Civil de Belo Horizonte foi morto em uma loja de conveniência na madrugada deste sábado (19), no bairro Cidade Jardim, na região Centro-Sul da capital. De acordo com a assessoria de imprensa da corporação, Vânius Henrique de Campos, de 42 anos, teria abordado dois rapazes ao perceber que eles estariam extorquindo uma pessoa no estabelecimento, localizado na altura do número 303 da avenida Prudente de Morais. O crime foi por volta das 4h.
Pelas imagens do circuito de câmeras da loja de conveniência e do posto de gasolina, os dois suspeitos de terem matado o delegado compram cervejas. Eles pagam os produtos e recebem o troco. Um dos rapazes sai da loja e é seguido pelo delegado. Em seguida, o segundo suspeito sai da loja. Já no vídeo registrado pela câmera externa, aparecem os suspeitos e o delegado brigando. Segundos depois, os tiros são ouvidos.
Ainda de acordo com a polícia, Vânius foi baleado pela própria arma, que caiu no chão. O revólver não foi localizado até o momento.
O policial civil foi atingido por seis tiros ao todo, sendo cinco pelo corpo e um na cabeça. Ele chegou a ser socorrido em estado grave para o Hospital de Pronto-Socorro (HPS) João XXIII, mas não resistiu aos ferimentos. O óbito foi confirmado por volta das 5h50. O corpo de Vânius foi liberado pelo Instituto Médico-Legal (IML) na tarde deste sábado.
De acordo com colegas de profissão, Vânius estava lotado na Delegacia do Juizado Especial. Ele também atuou na Delegacia de Venda Nova, em Belo Horizonte.
As câmeras dê videomonitoramento irão ajudar a polícia a identificar os suspeitos.
Medo
Os funcionários do posto e da loja de conveniência, onde o delegado foi assassinado, não quiseram comentar o assunto. Eles se limitaram a dizer que a loja é muito movimentada, especialmente, nos fins de semana.
Nesta manhã, uma equipe da Polícia Civil foi ao posto para realizar diligências. Além disso, um helicóptero sobrevoou a região e sete viaturas do Deoesp passaram, com sirene aberta, pela avenida Prudente de Morais e subiram por ruas próximas do local do crime.
Apesar da presença de patrulhamento, o clima no local é de medo. O analista de sistemas João Henrique Moura, de 37 anos, disse ter o costume de frequentar a loja de conveniência do posto durante a madrugada. "É assustador o que aconteceu. Sempre vejo polícia por aqui", afirmou.
Morando há 25 anos em um prédio na rua atrás do posto de gasolina, um senhor de 72 anos, que pediu para não ser identificado, conta ter ouvido pelo menos três disparos. "Minha esposa e eu acordamos. Sabíamos que eram tiros, foi uma saraivada, mas nem imaginávamos o que estava ocorrendo. Só agora pela manhã fiquei sabendo do crime".
Ele disse que o estabelecimento é bastante frequentado por moradores da região, principalmente jovens voltando de festas durante a madrugada. "Não me lembro de casos graves neste local porque tanto o posto quanto a loja de conveniência ficam abertos 24 horas", contou.
Investigação
No início da tarde deste sábado, os policiais fizeram buscas no Morro do Querosene, perto da avenida Raja Gabaglia. Delegados da capital mineira e região metropolitana integram as operações. Há pelo menos três equipes em diligências no posto onde o delegado Vânius foi baleado.
No Morro do Querosene, a movimentação de policiais é intensa. De acordo com um investigador que não se identificou, eles averiguaram o aglomerado porque receberam denúncias de que os dois suspeitos, já identificados, estariam no local.
As buscas pelos homens envolvidos no assassinato do policial civil integram agentes do Departamento de Operações Especiais (Deoesp) e da Divisão de Crimes contra a Pessoa.
Polícia Civil faz diligências no posto. Foto: Renata Galdino/Hoje em Dia
Atualizada às 12h15.