(Marcelo Camargo/Agência Brasil)
O ministro da Educação, Mendonça Filho, garantiu nesta quinta-feira (22), em Belo Horizonte, que o Democratas (DEM) terá candidato próprio à Presidência da República nas eleições de outubro e que o nome do partido é o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (RJ).
Os dois desembarcaram na capital e aproveitaram a assinatura de um convênio na área da educação com a Prefeitura de BH para se reunirem com correligionários e aliados.
Embora tenha desconversado sobre o tema sucessão, Maia admitiu que a candidatura do presidente Michel Temer é "um direito legítimo", mas garantiu que nunca tratou deste assunto com o próprio Temer.
Rodrigo Maia negou que o sucesso da intervenção federal na segurança pública do Rio possa render dividendos políticos e beneficiar o presidente. "O mais importante é o resultado para o Rio de Janeiro", resumiu.
Maia também admitiu que conversou com o deputado federal Rodrigo Pacheco (MDB-MG) que tem sido cortejado para disputar o Governo de Minas. Mas limitou-se a dizer que eram "conversas privadas que no tempo conveniente serão tornadas públicas". O ministro Mendonça, também do Democratas, afirmou que a sucessão estadual deveria ser tratada com o presidente do diretório estadual da legenda, deputado Carlos Melles, presente à reunião, mas que saiu sem falar com a imprensa.
Rodrigo Maia enumerou ainda alguns dos projetos que foram apresentados pelo Governo após a suspensão da tramitação da reforma da Previdência. Mas destacou que a medida que tem impacto semelhantes às alterações no sistema previdenciária seria a autonomia do Banco Central. Segundo ele, as dificuldades são colocar todas as 15 propostas encaminhadas pelo Planalto em tempo hábil para votação.
Disciplina do Golpe
Perguntado sobre a disciplina "O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil" que fará parte do curso de Ciência Política na Universidade de Brasília (UnB), o ministro da Educação reagiu: "A Universidade não é um extensão de um partido político". Embora tenha garantido que respeita a autonomia universitária, Mendonça Filho disse que Advocacia Geral da União (AGU) deverá acionar o Ministério Público Federal (MPF).
"É uma questão de Direito Administrativo saber como a universidade vai alocar professores, servidores e salas de aula para ministrar uma disciplina que é uma reverberação política e não tem base científica", argumentou.
As aulas do curso estão previstas para começar no dia 5 de março, na retomada do semestre letivo. Na ementa do curso orientado pelo professor Luis Felipe Miguel, a disciplina pretende analisar a "agenda de retrocesso" durante o governo Temer.