Demissão expõe afastamento do governador de seu vice

05/09/2016 às 19:51.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:42

Ao consumar a segunda e consecutiva demissão de aliados do vice-governador Antônio Andrade (PMDB), o governador Fernando Pimentel (PT) confirmou também o afastamento dele e mandou recado, avisando que, daqui pra frente, só irá governar com os amigos. Em uma mesma semana, Pimentel exonerou o chefe de Departamento de Obras Públicas, Flávio Menicucci, e o vice-presidente da Cemig, Mateus de Moura Lima, ambos de indicação pessoal de Andrade. No meio político, vinculam as exonerações ao comportamento do vice e seu grupo político durante o processo judicial enfrentado por Pimentel, no Superior Tribunal de Justiça (STJ), com riscos de afastamento do cargo.

Antes deles, durante a discussão da reforma administrativa do governo, Pimentel fez outros dois movimentos nessa direção ao devolver secretários para a Assembleia Legislativa e ao extinguir a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, com exoneração de seu ocupante que era da cota do PMDB. Desde que ocorreu a trombada, Andrade se recolheu e evita tratar de assuntos do governo, para evitar, segundo dizem, ser mal interpretado.

Apesar do distanciamento e isolamento do vice, ainda não se trata de ruptura. Afinal, os dois terão que conviver até 2018, mas, dificilmente, reeditarão a aliança em eventual campanha de reeleição. Até lá, deverão manter as aparências e a prudência para evitar o rompimento definitivo. A instabilidade com o PMDB mineiro estaria sob controle, com o fortalecimento da ala peemedebista liderada pelo presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adalclever Lopes (PMDB). O novo vice-presidente da Cemig, Paulo Roberto Ciochia (egresso da mineradora Anglo), teve o aval dele e de outros deputados da bancada federal.

Placar no STJ
Após o placar desfavorável no STJ, de 5 a 2, a defesa do governador Pimentel está convencida de que, já na próxima sessão, haverá reversão do quadro a favor dele. Faltam oito ministros votarem a abertura ou não do processo contra ele, baseado na denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República, de favorecimento de montadora (Caoa) no período em que ele foi ministro do Desenvolvimento Econômico (2011/2014).


Escolha de Sofia
A maioria dos candidatos a prefeito de Belo Horizonte caminha para aquela sinuca de bico na reta final de campanha. A partir de segunda-feira, nos últimos 15 dias de campanha, deverão fazer, de duas, uma escolha: ou partem para o ataque, buscando desconstruir quem está em cima (nas pesquisas) e tentando ir para o segundo turno, ou adotam estratégia que poderá lhes reservar abrigo na finalíssima, apoiando um dos dois duelistas.[/TXT_COL]

Foi questão de detalhe
O presidente Michel Temer (PMDB) errou apenas em um detalhe, quando disse que as manifestações de rua, com o grito do ‘Fora Temer’, eram coisa de 40, 50 ou 100 pessoas. Faltou a palavrinha ‘mil’. O gesto de Temer lembra o do ex-presidente Fernando Collor, que, em 92, à véspera de seu impeachment, convocou os brasileiros para irem às ruas de verde e amarelo em sua defesa. Foram, sim, mas de preto, em protesto ao governo dele. Na avaliação dos sábios do atual governo, a fala de Temer acabou servindo de estímulo para que os manifestantes fossem às ruas, no domingo (4).

 

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