(Fernando Michel/Hoje em Dia)
Durante a operação que buscava cumprir um mandado de prisão contra o empresário Esdras Jônatas dos Santos, a Polícia Civil encontrou diversos depósitos bancários em nome dele. Os recibos foram enviados para a Polícia Federal para ajudar nas investigações.
Esdras é apontado pela polícia como líder do grupo de manifestantes que montou um acampamento antidemocrático em frente ao Comando da 4ª Região Militar do Exército na avenida Raja Gabaglia, em Belo Horizonte,
O empresário é investigado por incitação a lesão corporal, dano e roubo contra jornalistas. Na ação desencadeada na manhã desta quarta-feira (15), foram cumpridos outros três mandados de busca e apreensão, nos bairros Santa Amélia, Padre Eustáquio e Coração Eucarístico.
Esdras não foi encontrado e já é considerado foragido da Justiça. “Demos cumprimentos a mandados de busca e apreensão nas casas de suspeitos qualificados como sendo os prováveis agressores dos jornalistas. A Justiça decretou também o mandado de prisão em desfavor de um dos agressores, mas ele não foi localizado e está foragido”, disse a delegada Cinara da Rocha, responsável pela investigação.
Informações preliminares obtidas pela polícia indicam que Esdras está fora do país. A residência, alvo da operação, no bairro Santa Amélia, é o último endereço relacionado a ele na capital. Na operação de hoje um casal foi localizado na residência e foi levado para a delegacia para prestar depoimento. Entretanto, foi descartado qualquer envolvimento com o grupo antidemocrático.
Investigação
De acordo com a delegada, cumprindo uma ordem da justiça Estadual, as investigações foram divididas entre as Polícias Civil e Federal. "Após análise do poder judiciário de Minas Gerais, conclui-se que parte dos crimes investigados eram de competência da justiça federal e não da estadual. Isso fez com que houvesse um desmembramento da investigação e parte desses investigados passam para a Justiça e Polícia Federal", explicou Cinara.
"Os crimes continuam sendo investigados, mas não mais pela justiça estadual. Enquanto a investigação estava com a gente, não descartamos os crimes de terrorismo, associação criminosa ou qualquer outro crime relacionado a movimentos antidemocráticos”, explicou Cinara.
Outros envolvidos
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos bairros Padre Eustáquio e no Coração Eucarístico, nas regiões Noroeste e Oeste da capital, respectivamente. Duas mulheres eram alvos e foram conduzidas para prestar depoimento. “Elas serão ouvidas, foram intimadas, vão apresentar as provas de suas alegações e nessa oportunidade vamos ver a relação entre eles, se era apenas uma liderança comum ou uma relação mais próxima”, explicou a delegada.
Agora, a polícia vai analisar os depoimentos para dar sequência às investigações. Novas prisões não estão descartadas. “Existe grande possibilidade de conseguirmos, através das medidas de hoje, apurar qualificação de outros agressores ou de pessoas que tenham contribuído de alguma forma para agressões e crimes de dano. Após a oitiva das partes e análises das provas, vamos buscar novos meios para qualificar outras pessoas”, disse.
O que diz a defesa
O advogado Ramon dos Santos, que representa Esdras, informou que "tomou conhecimento pela imprensa em relação à operação deflagrada, porém ainda não obteve vista do inquérito, o que o impossibilita tecer qualquer comentário". Segundo ele, o empresário está fora do país.
"O Sr. Esdras Jonatas dos Santos se encontra fora do país, sendo esse fato conhecimento de todos, teve seu passaporte cancelado pelo llustre Ministro Alexandre de Moraes e desde já consigna que não participou de qualquer das ações citadas pela imprensa. Caso venha a se confirmar mandado de prisão em desfavor de Esdras, esse se apresentará imediatamente a autoridade policial que preside o referido inquérito", explicou em nota.