A depressão sazonal, também conhecida como transtorno sazonal, é um tipo de depressão que ocorre em determinadas épocas do ano, geralmente no outono e inverno, quando o frio é maior e a incidência da luz do sol é menor. Não tem a ver exatamente com gostar ou não de frio ou de calor, a questão está relacionada à química do nosso corpo e consequentemente ao estado humoral que sofre diretamente com essas alterações.
Em algumas pessoas, pode ocorrer uma significativa queda de neurotransmissores, em especial da serotonina e melatonina, que influenciam diretamente no humor e no sono. Isso se deve à diminuição ao sol e também da movimentação física, pois com as baixas temperaturas o indivíduo tende a diminuir as caminhadas, a rotina do dia muda, não havendo mais lazer a céu aberto, até o número de pessoas que frequentam academia cai no inverno.
No Brasil temos o clima tropical. Com isso, praticamente não sofremos mudanças drásticas de estação - inclusive, em algumas regiões é calor o ano inteiro. Mas é importante ressaltar que não há exatamente a necessidade de um intenso inverno para que o humor fique comprometido. Há pessoas para quem bastam alguns dias de chuva para que se sintam tristes e deprimidas.
Os sintomas variam de intensidade em cada pessoa, mas geralmente são os mesmos da depressão clássica, onde o indivíduo sente:
tristeza;
desânimo;
irritabilidade;
aumento da ansiedade ou agitação;
desesperança;
cansaço excessivo;
diminuição de libido;
insônia;
isolamento social;
inapetência ou aumento considerável de apetite.
Os sintomas de depressão ocorrem devido à alteração da química corporal e esta sofre impactos externos, não só das temperaturas, como também de ciclos hormonais, de emoções como medos, inseguranças em relação ao futuro, pendências afetivas, rejeição e abandonos - toda essa vulnerabilidade pode comprometer nossa estabilidade emocional. Pessoas mais sensíveis, quando se deparam com esses impactos externos, podem entrar numa espécie de “depressão temporária”.
Essa vulnerabilidade pode ser um bom termômetro para verificar como anda nossa força psíquica. Há quem, num menor impacto, já deprima, enquanto outras conseguem passar por grandes sofrimentos sem prejudicar o emocional.
Essa fragilidade pode estar ligada ao tipo de criação, quando os medos são passados de pais para filhos, ou então quando foram crianças superprotegidas que tendem a ser adultos mais frágeis, e na forma com que aprenderam a lidar com as situações de frustrações.
Porém, quanto mais o indivíduo ousa e se expõe aos riscos, mais ele se dessensibiliza e consegue mecanismos para lidar com a instabilidade da vida sem comprometer seu estado emocional.