(Montagem/Atlético/Cruzeiro/América)
Para o torcedor, aceitar que o seu time precisa seguir o exemplo do rival, é sempre difícil. Mas a história mineira neste Campeonato Brasileiro, que começou com nossos três representantes chegando a ocupar, juntos, a zona de rebaixamento, mostra que o penúltimo colocado Cruzeiro e o lanterna América precisam buscar, de forma urgente, o caminho de recuperação traçado pelo Atlético, de Marcelo Oliveira, na competição.
O sexto lugar que o Galo ocupa hoje, com 29 pontos, apenas dois a menos que o Grêmio, que abre o G-4, e quatro em relação ao líder Corinthians, é fruto de uma arrancada nas últimas dez rodadas da competição.
Neste recorte, o Atlético é dono da melhor campanha, ao lado do Santos, com 22 pontos cada. Isso representa um aproveitamento de 73,3%, superior, por exemplo, ao do campeão do ano passado, o Corinthians, que ganhou 71,1% dos pontos disputados.
Arrancada
A arrancada foi tão grande, que nas 21 rodadas finais o Galo nem precisa de desempenho tão bom para voltar a vencer o Brasileirão 45 anos depois da sua única conquista.
Pelos cálculos do site Probabilidades no Futebol, mantido pelo Departamento de Matemática da UFMG, são de 92%, hoje, as chances de um clube que ultrapassar os 70 pontos ser campeão.
Para chegar aos 71 pontos, o Atlético precisa somar 42 nos 63 que ainda vai disputar. Isso significa ganhar dois pontos a cada jogo.
“A marca do título deve sim ser mais baixa em 2016. Isso é reflexo do fato de termos muitos times disputando o campeonato. Provoca um equilíbrio”, afirma Gilcione Nonato da Costa, professor responsável pelo Probabilidades no Futebol.
Uma prova desse equilíbrio é o fato de o Corinthians ter a menor pontuação de um líder na 17ª rodada, igualando a marca do São Paulo de 2007. A diferença é que naquele ano, no returno, o Tricolor, que tinha um grande elenco, arrancou, o que a história deste ano mostra ser muito difícil acontecer.
Rebaixamento
Se a marca do título deve sofrer uma queda em 2016, o equilíbrio da competição pode provocar um aumento na pontuação necessária para se evitar o rebaixamento.
No ano passado, 43 pontos foram suficientes. Este ano, apesar de o 16º colocado, o Vitória, ter um ponto a menos que o Avaí, que ocupava a posição no ano passado, as projeções da UFMG mostram que os 43 pontos que salvaram o Figueirense em 2016 não devem ser suficientes para se evitar a queda.