(Tuane Eggers)
Ian Ramil demorou para colocar no mercado seu primeiro álbum “IAN”, lançado no ano passado, e já lança o segundo trabalho, “Derivacivilização”, disponível em versão física e para download gratuito. A verdade é que o debute havia sido gravado em 2012, mas só pôde ser colocado no mercado dois anos depois. Quando chegou, o músico gaúcho já estava em outra onda, ainda mais experimental, registrada no novo disco.
“Derivacivilização” é um trabalho bastante representativo da criativa jovem geração de roqueiros do Rio Grande do Sul. O resultado depende não somente da capacidade de composição do filho de Vitor Ramil, mas do processo de gravação.
Casa
O álbum foi gravado em aneiro, numa casa em Pelotas, onde Ian passou a infância e juventude. A banda dele conheceu as composições durante o processo de imersão, permitindo que as interferências fluíssem ali, na hora. “Na gravação aproveitamos os vazamentos sonoros que um lugar sem tratamento acústico proporciona e captamos os ambientes (sala, corredor, rua) em cada instrumento; três músicas gravamos ao vivo com a banda toda na sala. Eu queria um disco espontâneo, orgânico, aberto ao acaso, interferido pelo externo, urbano”, conta o artista.
Essa experiência foi fundamental para o estranhamento provocado no ouvinte, algo que Ian já vinha explorando desde o primeiro trabalho.
“O mundo me causa estranhamento. Com o tempo fui sentindo mais e mais necessidade de ter o mundo refletido na minha música. Eu quero ir além de fotos da minha vida pessoal, quero expor minha reflexão, quero romper o óbvio, não quero ser um homem-branco de classe média confortável e fofinho cantando coisas alheias, quero contribuir o máximo que eu conseguir com a minha música”, afirma o músico, que deve fazer turnê de lançamento em 2016.
Baixe gratuitamente em ianramil.com