Desperdício de energia e falta de segurança em BH

Tatiana Moraes - Hoje em Dia
14/02/2015 às 09:31.
Atualizado em 18/11/2021 às 06:02
 (Frederico Haikal/Hoje em Dia)

(Frederico Haikal/Hoje em Dia)

Oito dias após o Hoje em Dia noticiar que a Prefeitura de Belo Horizonte desperdiça energia ao manter, com o sol a pino, dezenas de lâmpadas de postes acesas há semanas, o quadro se mantém o mesmo. E, se de um lado há desperdício, a falta de iluminação, também mostrada na reportagem da semana passada, deixa a população completamente sem segurança quando a noite cai.

Na área central de Belo Horizonte, na Avenida do Contorno, nas proximidades da Rodoviária, pelo menos 30 lâmpadas estão apagadas há cerca de um mês. Em alguns locais da via não é possível enxergar um palmo à frente do nariz.

Apesar do serviço precário, a prefeitura descarta uma punição à Remo Engenharia, responsável pela manutenção da iluminação pública. O pagamento é realizado normalmente.

Segundo nota enviada pela assessoria de imprensa da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), responsável pela iluminação pública da cidade, o serviço pode funcionar de maneira irregular até 30 de março.

Essa é a data final estipulada pelo Executivo para que o funcionamento das lâmpadas seja regularizado, tendo em vista que houve a municipalização do serviço de iluminação pública em 1º janeiro. A transferência da responsabilidade da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) para a PBH foi determinada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Conforme a Sudecap, ao fim do período de transição de 90 dias após a municipalização, o prazo para que as lâmpadas sejam consertadas será de seis dias, contados a partir da queixa.

Em 1º de janeiro, por meio de licitação, a Remo Engenharia se tornou legalmente responsável pela troca de lâmpadas, relés e demais componentes da iluminação de BH, mediante contrato de R$ 31,9 milhões, válido para dois anos. No entanto, conforme nota enviada pela Sudecap, a demanda de pedidos para conserto dos ativos de iluminação é alta e impede que a empresa consiga atender a todos.

No bairro Gutierrez, as luzes permanecem acesas pela manhã há dias nas ruas Estácio de Sá e Henrique Burnier. Na Praça Tiradentes, na avenida Nossa Senhora do Carmo, em diversos pontos da Linha Verde, na região Norte, na avenida Brasil, no bairro Santa Efigênia, na rua José Rodrigues Pereira, no bairro Buritis e na avenida Raja Gabaglia, no mesmo bairro, o cenário de desperdício é o mesmo.

A título de ilustração, uma lâmpada de 400 watts acesa das 10h às 18h, ou seja, desperdiçando energia oito horas por dia, gasta o suficiente para manter uma residência de médio porte o dia inteiro.

Arrecadação com a taxa é estimada em R$ 85,5 milhões

Dos R$ 85,5 milhões que serão arrecadados pela Prefeitura de BH com a Contribuição para o Custeio dos Serviços de Iluminação Pública (CCIP), segundo previsão orçamentária aprovada na Câmara Municipal, cerca de R$ 7 milhões são gastos por mês. Conforme nota da Sudecap, mais da metade é investida no pagamento da conta de luz da cidade.

Com o restante, é pago o contrato da Remo Engenharia, de R$ 1,33 milhão ao mês. São feitas ainda melhorias e pequenas extensões, conforme a Sudecap.

O montante é utilizado na “contratação através de licitações de obras de expansões de redes de iluminação pública de maior porte, cadastramentos e numeração dos 178 mil pontos de iluminação da cidade, desenvolvimento de novas tecnologias e homologações de luminárias LED, visando futura implementação”.
 

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