Pelo menos dez empresas estiveram nessa terça (12) na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, interessadas no leilão de concessão de 12 aeroportos que será realizado na sexta-feira (15) pelo governo federal. Entre as empresas identificadas pela reportagem estão as brasileiras CCR, Pátria, Socicam e Construcap; as francesas Vinci e Aéroports de Paris; a suíça Zurich AG; a espanhola Aena; e as alemãs AviAlliance e Fraport.
Os representantes dos consórcios evitaram conversar com a reportagem e revelar a composição dos grupos ou o interesse de cada um pelos blocos. Apesar de levarem documentos, eles também não quiseram confirmar se, de fato, entregaram as propostas.
Entre os estrangeiros, alguns já têm presença nos aeroportos brasileiros. A Zurich tem as concessões de Florianópolis (SC) e de Confins; a Vinci, o terminal de Salvador; e a Fraport atua em duas capitais: Porto Alegre (RS) e Fortaleza (CE).
O governo espera forte concorrência no leilão, que exigirá investimento de R$ 1,47 bilhão nos primeiros cinco anos de concessão. A expectativa é que haja disputa pelos três blocos de terminais oferecidos à iniciativa privada, com presença de novas empresas internacionais do setor.
"Será nosso primeiro grande teste de mercado e estamos confiantes no sucesso do plano de concessões", diz Adalberto Santos de Vasconcelos, secretário especial da Secretaria do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).
Os aeroportos a serem concedidos correspondem a 9,5% do mercado doméstico, movimentando quase 20 milhões de passageiros por ano. Os 12 terminais foram distribuídos em três grupos: Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste.
Rota turística
O primeiro bloco é o mais atraente por sua proximidade com a Europa e pelo intenso fluxo de turistas. Esse conjunto é composto pelos aeroportos de Recife (PE), Maceió (AL), Aracaju (SE), Juazeiro do Norte (CE), João Pessoa e Campina Grande (ambos na Paraíba).
No caso do bloco Centro-Oeste, a possibilidade de atender ao agronegócio é o ponto-chave, ao ofertar aeroportos em Cuiabá, Sinop, Rondonópolis e Alta Floresta (todos em MT). O menor é o bloco Sudeste, que tem a seu favor o fato de Vitória (ES) ser um importante terminal de cargas e a relevância de Macaé (RJ) para a indústria de óleo e gás.
De acordo com o edital, o lance mínimo inicial no leilão para o bloco Centro-Oeste é de R$ 800 mil; o do Nordeste é de R$ 171 milhões; e o do Sudeste de R$ 46,9 milhões e a carência inicial, de cinco anos.
No lançamento do edital, em novembro, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) ressaltou que, além do valor fixo mínimo, a contribuição inicial poderá ser acrescida de ágio por competição. Diferentemente das primeiras rodadas de concessões, as novas ofertas não terão a participação da estatal Infraero.
Nova rodada
Na próxima segunda-feira (18), o governo vai anunciar o lançamento de três novos blocos de aeroportos que serão concedidos. O Estado teve acesso à lista dos 22 terminais desse novo pacote de concessões, a ser leiloado até o primeiro trimestre do ano que vem.
O "bloco Sul", formado por nove aeroportos, inclui dois terminais de Curitiba, além de Foz do Iguaçu (PR), Navegantes (SC), Londrina (PR), Joinville (SC), Pelotas, Uruguaiana e Bagé (todas no RS). O "bloco Norte" engloba sete aeroportos: Manaus (AM), Porto Velho (RO), Rio Branco (AC), Boa Vista (RR), Cruzeiro do Sul (AC), Tabatinga (AM) e Tefé (AM). O terceiro lote, o "bloco Central", inclui os terminais de Goiânia (GO), São Luís (MA), Teresina (PI), Palmas (TO), Petrolina (PE) e Imperatriz (AM).
O governo ainda conversa com cidades interessadas em entrar no plano de concessões. Por isso, o pacote pode aumentar.
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