LONDRES - Ao menos 44 nepaleses, que trabalhavam em condições de semi-escravidão, teriam morrido entre 4 de junho e 8 de agosto nas obras da Copa do Mundo do Catar em 2022, informou o jornal britânico "The Guardian" nesta quinta-feira (26). Citando documentos da embaixada do Nepal no Catar, o jornal diz que mais da metade das vítimas morreu por crise cardíaca ou acidentes de trabalho. A Confederação Internacional de Sindicatos (ITUC) afirmou ao Guardian que, se o ritmo atual for mantido, ao menos 4.000 operários imigrantes poderão morrer antes da realização do torneio. O "The Guardian" declarou ter encontrado provas e testemunhos de que as condições de trabalho visando ao Mundial de futebol se assemelham à escravidão e que, apesar de ainda faltar nove anos para o evento, a construção dos estádios ainda não foi iniciada. Alguns trabalhadores nepaleses se queixaram de que não recebem salário e têm seus passaporte retidos para assegurar que não fujam. Trinta deles buscaram refúgio na embaixada de seu país. O comitê organizador do Mundial disse ao "Guardian" que está profundamente preocupado com essas acusações e a Fifa anunciou que entrará em contato com as autoridades do emirado e discutirá as denúncias, segundo um post publicado no Twitter. A decisão da Fifa de dar a organização do Mundial do Catar foi muito polêmica e provavelmente o torneio terá de ser disputado no inverno (boreal) devido ao forte calor nesse país.